Flamengo campeão: para ver o time de perto, torcedor saiu de casa às 5h
O sol escaldante não é problema para quem quer ver os jogadores campeões da Libertadores de pertinho neste domingo. Tem até quem saiu de casa ainda no fim da madrugada, para garantir um lugar privilegiado nessa festa. Por isso, José Edson Rodrigues saiu de Campo Grande, na Zona Oeste carioca, às 5h e tomou um trem rumo à Central do Brasil.
Usando uma bandana com tranças em vermelho e preto - ele revela que é careca, mas usa o acessório para lembrar do atacante Vagner Love, integrante do time do Flamengo quando as finanças do clube ainda não eram organizadas - ele já assistiu ao jogo pela TV se planejando para essa festa no dia seguinte.
— Não tinha ingresso, mas quero tirar uma foto da taça de novo. É emocionante ficar perto dela. Para ficar longe, ficava em casa - diz ele, que participou da festa também em 2019.
Em 2022, José não foi à festa do título por ser aniversário da esposa. E em 2021 amargou a derrota para o mesmo Palmeiras, derrotado na final deste ano: o sabor da revanche o faz mandar um recado à presidente do alviverde, Leila Pereira.
— Mando um recado à Carminha (referência à semelhança física à personagem de Adriana Esteves na novela "Avenida Brasil"): ela disse que está calminha, mas nós também. Estamos calmos e tetracampeões — provoca Jose, já que o Palmeiras perdeu a chance de conquistar sua quarta taça da Liberta.
No time de quem saiu de casa cedo para aproveitar a festa, também está a família de Damiana e Claudia Moreira do Carmo, irmãs, que saíram de Bonsucesso e Ramos, na Zona Norte do Rio, com mais oito integrantes da família. Todos flamenguistas. De chapéu vermelho e faixa de tetracampeãs sobre a camisa, elas estão coladas à corda que separa o trio elétrico da torcida.
— Viemos para curtir o nosso tetracampeonato. Estou acompanhando a chegada deles pela TV (mostra o celular ligado no streaming). Meus parabéns ao Filipe Luís — diz Cláudia, junto a um clamor ao treinador campeão: — Tem que ficar. Fica! Fica! Fica!
Cláudia, de chapéu branco, foi assistir ao desfile dos jogadores do Flamengo
Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Com sol forte, esses são alguns dos flamenguistas que fazem festa para receber os jogadores na Rua Primeiro de Marco, no Centro do Rio.
Quem não consegue ficar próximo à corda, tenta outras opções. Janelas de prédios estão sendo usadas como base para alguns torcedores, assim como postes, marquises e o teto de bancas de jornal.