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Passada a frustração com a derrota nos pênaltis na final da Copa Intercontinental, para o Paris Saint-Germain, ontem, o Flamengo já olha para frente e precisa planejar 2026. Entre as principais pendências a serem resolvidas de imediato, está a renovação de Filipe Luís, que tem contrato apenas até o fim deste mês.

As negociações para a costura de um novo vínculo se arrastam há meses, e sempre foram sendo postergadas. Primeiramente, por parte do clube, que priorizou outras negociações. Depois, pelo técnico, que viu o preço de sua "etiqueta" aumentar enquanto o Flamengo materializava as campanhas dos títulos da Libertadores e do Brasileirão.

Filipe Luís virou treinador profissional em setembro do ano passado, quando foi promovido do sub-20, mas ainda mantém uma remuneração próxima a da época de base. Segundo o blog do Diogo Dantas, ele hoje recebe dez vezes menos em relação aos jogadores mais bem pagos do elenco, que prevê para 2026 um investimento de até R$ 1 bilhão em termos de folha salarial e aquisição de jogadores.

O tema está a cargo do presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap, com auxílio de alguns vice-presidentes e do diretor de futebol José Boto, e é tratado com urgência. Na coletiva após o jogo de ontem, Filipe revelou que uma reunião com Bap e Boto está marcada para este domingo — ainda em Doha, no Catar. Ao mesmo tempo, uma ida ao futebol europeu não está fora de seu radar.

— Acaba o contrato agora. Estamos em negociação para renovar. Todo mundo sabe meu sonho. Obviamente, quero voltar à Europa um dia. Me preparei muito para isso. No momento, minha realidade é o Flamengo. Estou muito feliz com esses jogadores, me deram a vida. Me sinto representado, sinto que sou eu no campo quando vejo minha equipe. A única coisa que controlo é uma conversa que haverá amanhã (hoje) entre o presidente, Boto e eu. Sentaremos e decidiremos o que haverá no futuro. No momento, não tenho mais o que falar — declarou Filipe Luís.

Filipe Luís durante derrota do Flamengo para o PSG

Adriano Fontes/Flamengo

O Velho Continente é um desejo de seu empresário, o português Jorge Mendes, que tenta valorizá-lo, principalmente após uma temporada em que ficou em evidência com as participações do Flamengo na Copa do Mundo de Clubes e na Copa Intercontinental. O treinador não voltará para o Brasil neste momento e seguirá direto para férias na Espanha.

Enquanto Filipe tenta alavancar — e muito — seus vencimentos, o clube precisa dar alguma resposta concreta. Mas pode não ter muito tempo para isso. Se a renovação não avançar nas próximas duas semanas, o Flamengo iniciará 2026 sem um treinador, após um ano histórico em campo.

E o Boto?

Um dos principais nomes na linha de frente da negociação com Filipe Luís, o próprio José Boto tem um futuro rodeado por incertezas. Trazido pela gestão de Bap no início deste ano, o dirigente português vê seu nome em alta na Europa após uma temporada de sucesso no Brasil. Rumores correm de que ele pode ser outro a voltar a trabalhar no Velho Continente.

Boto assinou um contrato válido até o final de 2026, mas que possui uma brecha de saída ao fim deste ano, sem pagamento de multa rescisória. No entanto, a diretoria do Flamengo também já se movimenta para renovar este vínculo, até porque a parceria entre o português e Filipe Luís foi fundamental para estabelecer o profissionalismo no Ninho do Urubu.

Bap, presidente do Flamengo, e José Boto no Ninho do Urubu

Marcelo Cortes / Flamengo

Por enquanto, a tendência é que José Boto siga no Flamengo. Ele passará férias em Portugal, mas deve definir os próximos passos em breve. Ontem, falou à imprensa na zona mista do estádio Ahmad bin Ali e deu a entender que a permanência é de seu desejo.

— Estarei no Rio (de Janeiro) nos primeiros dias de 2026. Agora, precisamos descansar um pouco. Vou para Portugal amanhã (hoje), descansar um pouquinho, mas sempre com o telefone ligado para continuarmos a trabalhar e reforçar esta equipe que já é muito boa — disse o dirigente.

Planejamento

O cronograma de reapresentação ainda não está definido pelo Flamengo, mas a tendência é que o elenco volte aos trabalhos entre os dias 7 ou 8 de janeiro. O próximo mês já traz as disputas do Campeonato Carioca, Supercopa do Brasil e Brasileirão, em um calendário afetado pela Copa do Mundo no meio do ano. Ou seja, os jogadores terão menos de um mês de férias, situação que deve ser acertada em meio ao Mundial.

Há vários jogadores em rota de saída, como o atacante Juninho, que foi contratado neste ano mas não engrenou sequência. O Pumas (México) apresentou proposta de cinco milhões de euros (cerca de R$ 32 milhões) para levar o atacante. O Flamengo deixou o Intercontinental acabar para debater sobre o tema, que deve avançar nos próximos dias. O GLOBO apurou que são grandes as chances que o negócio seja fechado.

Juninho em treino do Flamengo

Adriano Fontes/Flamengo

Outras saídas certas são a do goleiro Matheus Cunha, que assinou pré-contrato com o Cruzeiro, e do zagueiro Pablo, que sequer atuou com o time principal nesta temporada e vai para o São Bernardo (SP). De resto, há nomes que já foram ligados a possíveis vendas, como o atacante Everton Cebolinha, o lateral-esquerdo Viña, e os volantes Allan e Nico de la Cruz, mas tudo não passou de rumor até agora.

Por outro lado, o Flamengo tem posições definidas para reforços e as negociações devem começar a andar de vez a partir de agora. Uma das prioridades é contratar um goleiro reserva, e os principais nomes no radar são Gabriel Brazão, do Santos, e Pedro Morisco, do Coritiba. Trazer um quarto zagueiro também está no topo da lista, e o rubro-negro tenta retomar as conversas com o Internacional pelo nome de Vitão, que foi desejo na janela passada.

Um novo atacante para concorrer com Pedro no comando do setor é uma possibilidade de chegada em breve. Para essas decisões acontecerem, a continuidade da cúpula do futebol será primordial.

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