Feijoada, brigadeirão, açaí, bombom, bolo e feijão: relembre casos de envenenamento no país
Em menos de dois anos, casos em cinco estados deixaram vítimas e apontam o uso deliberado de substâncias tóxicas em crimes familiares e passionais. O caso mais recente de envenenamento chocou o país e envolve uma feijoada servida a um idoso em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A Polícia Civil afirma que Ana Paula Veloso, apontada como autora do crime, é uma assassina em série que teria matado outras três pessoas em São Paulo, com a ajuda da irmã gêmea. Segundo as investigações, ela costumava cobrar cerca de R$ 4 mil por crime, mas, desta vez, teria se oferecido para matar o homem de graça, para quitar uma dívida com a filha da vítima.
A feijoada envenenada foi entregue a Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, que morreu em abril deste ano. A suspeita é de que o veneno tenha sido misturado à comida, já que o idoso tinha dificuldade para mastigar e os alimentos eram batidos no liquidificador. A filha dele, Michelle Paiva da Silva, foi presa e apontada como mandante do crime. No entanto, outros casos chamaram atenção nos últimos anos, a maioria deles no estado do Rio de Janeiro.
Brigadeirão matou empresário
Em maio de 2024, o país também acompanhou o caso do empresário Luiz Marcelo Ormond, morto após comer um brigadeirão envenenado no Rio de Janeiro. As investigações apontaram que Suyany Breschak, conhecida como cigana, foi a mentora intelectual do crime, enquanto Júlia Pimenta, namorada da vítima, foi quem ofereceu o doce contaminado. As duas foram denunciadas por homicídio qualificado.
Milkshake envenenado em Maricá
Três meses depois, em agosto de 2024, Vitória da Conceição Pereira, de 23 anos, morreu após tomar um milkshake envenenado com veneno de rato, em Maricá, na Região dos Lagos. O ex-namorado, Deivid Nascimento Santana, é o principal suspeito de ter planejado o crime. Ele teria pedido a um casal conhecido que entregasse a bebida à jovem como uma “surpresa”. Vitória passou mal logo após tomar o milkshake e chegou ao hospital em parada cardiorrespiratória.
Açaí matou duas crianças
Em setembro de 2024, dois meninos — Benjamim Rodrigues Ribeiro, de 6 anos, e Ythallo Raphael Tobias Rosa, de 7 — morreram após ingerirem açaí contaminado com chumbinho, na Zona Norte do Rio. O principal suspeito é o ex-padrasto de Benjamim, Rafael da Rocha Furtado, que teria colocado o veneno no alimento. Inicialmente, acreditava-se que o envenenamento havia sido causado por bombons, mas a perícia confirmou a presença da substância tóxica no açaí. Rafael segue foragido.
Bolo com calmante e bolo com arsênio
Em outubro de 2024, sete pessoas da mesma família foram hospitalizadas em João Pessoa (PB) após comerem um bolo contendo clonazepam, medicamento de uso controlado. Todos receberam alta após atendimento emergencial.
Dois meses depois, em dezembro de 2024, três pessoas morreram no Rio Grande do Sul depois de ingerirem um bolo contaminado com arsênio. A principal suspeita é a nora da responsável pelo preparo, que foi presa.
Em 2022, feijão envenenado chocou o país
Um dos casos mais conhecidos de envenenamento ocorreu em 2022, quando Cíntia Mariano Dias Cabral foi acusada de tentar matar os enteados Fernanda Cabral e Bruno Cabral, usando chumbinho, um veneno para ratos cuja venda é proibida. Fernanda, de 22 anos, morreu após passar quase duas semanas internada. Dois meses depois, Bruno, de 16, também foi envenenado, mas sobreviveu. Segundo a investigação, a madrasta chegou a impedir que sua própria filha comesse o feijão envenenado.
