FBI confirma que Thomas Crooks agiu sozinho no atentado contra Donald Trump
O FBI informou à Fox News Digital que concluiu não haver qualquer participação externa no atentado contra Donald Trump em 2024. A confirmação foi dada durante uma entrevista de mais de uma hora concedida por Kash Patel, diretor do FBI, Dan Bongino, vice-diretor, e um alto funcionário diretamente envolvido no caso, todos recebidos pela repórter Brooke Singhman na sede da agência. A apuração, que mobilizou profissionais dentro e fora dos Estados Unidos, alcançou milhares de entrevistas e quebras de sigilo, e agora se encontra em estado descrito como pendente inativo.
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Segundo o FBI, Thomas Matthew Crooks, morador de Butler, Pensilvânia, atuou sozinho no ataque ocorrido durante um comício de Trump em julho de 2024. O presidente foi atingido por um tiro que perfurou a parte superior da orelha direita, enquanto três espectadores foram baleados e Corey Comperatore morreu. A investigação foi assumida pela agência poucas horas após o atentado e passou a ser tratada como tentativa de assassinato.
Thomas Matthew Crooks, o franco-atirador, teve visão do ombro direito do ex-presidente durante o comício.
Editoria de Arte/ Rebecca Droke/ AFP
Patel afirmou: "A investigação era uma prioridade do primeiro dia". Ele explicou que Trump foi informado como vítima e que recebeu atualizações detalhadas sobre o caso. Bongino reiterou não haver qualquer indício de acobertamento e citou que o depoimento de Christopher Wray ao Congresso em 2024 contribuiu para interpretações equivocadas sobre a apuração.
De acordo com os dados apresentados à Fox News Digital, 485 funcionários do FBI participaram da investigação de alguma forma. A agência realizou mais de mil entrevistas, analisou 2.000 denúncias, cumpriu mais de dez mandados de busca e apreensão e emitiu cerca de cem intimações. Treze dispositivos eletrônicos vinculados a Crooks e sua família foram examinados.
O FBI revisou ainda 35 contas ligadas ao suspeito, incluindo redes sociais, e-mails, plataformas bancárias e serviços online. O alto funcionário disse que todas as contas foram acessadas e que o FBI obteve integralmente conteúdos hospedados no exterior, com apoio de autoridades da Alemanha e da Bélgica.
Thomas Matthew Crooks teria usado um fuzil AR-15 e atirado do alto telhado de um prédio na área do comício eleitoral com Donald Trump
Editoria de Arte
Segundo o FBI, não foram identificadas comunicações com qualquer indivíduo que tivesse inspirado, orientado ou apoiado o ataque. As autoridades declararam que não há conexão estrangeira, nem relação com grupos organizados. Bongino afirmou: "A conclusão do FBI é que Crooks agiu sozinho". A agência também descartou qualquer hipótese de segundo atirador.
Os investigadores revisaram o comportamento online de Crooks entre 2019 e 2020, período em que ele tinha 16 anos. Houve registros de comentários sobre política, menções a violência e buscas feitas nos dias anteriores ao atentado, incluindo informações sobre o comício, distância entre o local e o hospital e referências ao assassinato do presidente John F. Kennedy. Segundo o FBI, Crooks não deixou manifesto nem justificativas para o ataque.
A investigação identificou que Crooks utilizou um rifle calibre .223 e tinha outros carregadores no veículo, onde também foi encontrado um dispositivo explosivo não detonado. O receptor estava desligado. O FBI apresentou ao Congresso uma simulação do que poderia ter ocorrido caso o mecanismo estivesse ativo.
A cena do crime permaneceu sob controle da agência entre 14 e 18 de julho de 2024. Após a coleta de todas as evidências, o telhado do prédio de onde Crooks realizou os disparos foi limpo. A autópsia foi feita no dia seguinte, acompanhada por agentes federais. A coleta de DNA e outros materiais foi concluída antes da liberação do corpo para a família, que optou pela cremação.
Patel destacou que nenhuma pista chegou ao FBI antes do ataque. Ele afirmou que não haveria ação sem fundamento legal que justificasse vigilância prévia: "Será que o público americano realmente quer que o FBI vasculhe as redes sociais e o conteúdo em geral sem um fundamento legal, atropelando os direitos da Primeira Emenda?"
O caso permanece tecnicamente aberto, mas sem novas pistas relevantes até o momento. Segundo o alto funcionário, eventuais informações credíveis continuarão sendo investigadas.
