Familiares das vítimas fatais do incêndio no Ninho chamam absolvição dos réus de 'grave afronta' e prometem seguir em busca de justiça

 

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A Afavinu, associação que reúne os familiares das dez vítimas fatais do incêndio no CT do Flamengo, em fevereiro, protestou contra a decisão da Justiça do Rio de absolver todos os setes réus restantes do processo criminal aberto após a tragédia. Por meio de uma nota oficial, eles classificaram a sentença de "grave afronta à memória das vítimas e ao sentimento de toda a sociedade".

"A Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu), que congrega mães, pais, irmãos e demais familiares das dez vítimas fatais da tragédia ocorrida em 8 de fevereiro de 2019 no alojamento da base do Flamengo, manifesta seu profundo e irrevogável protesto diante da decisão proferida pela 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, que absolveu em primeira instância todos os sete acusados no processo criminal resultante dessa tragédia.

Entendemos que o papel da Justiça não se limita à aplicação da lei em casos individuais, mas exerce uma função pedagógica essencial na prevenção de novos episódios semelhantes, no envio da mensagem clara à sociedade de que negligências de segurança, falhas na estrutura técnica e irresponsabilidades não serão toleradas -- e não cumprir essa função configura, para nós, grave afronta à memória das vítimas e ao sentimento de toda a sociedade", inicia o comunicado.

A sentença, assinada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital, apontou “ausência de demonstração de culpa penalmente relevante” e “impossibilidade de estabelecer um nexo causal seguro entre as condutas individuais e a ignição”. A decisão é em primeira instância. Cabe recurso.

*Matéria em atualização