Explosão no Tatuapé: Defesa Civil interdita 23 imóveis vizinhos ao depósito de fogos de artifício incendiado em São Paulo

 

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A Defesa Civil de São Paulo interditou 23 imóveis vizinhos do depósito de fogos de artifício que detonou na tarde de quinta-feira (13) no bairro do Tatuapé, região Leste da capital paulista. De acordo com o órgão municipal, foram interditados preventivamente 12 imóveis de forma total e 11 imóveis de forma parcial. Os moradores foram abrigados em residências de parentes.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o imóvel que explodiu não tinha alvará de produção ou armazenamento de fogos de artifício.

— Na verdade, ali era para ser uma residência, não era para funcionar aquilo. Em zona residencial, a legislação não permite que haja manuseio e estoque de fogos de artifício. Para isso, a empresa precisa cumprir uma série de requisitos, inclusive um distanciamento de comércios e casas. Justamente para num acidente não restarem vítimas — afirma a capitã Karoline Magalhães, porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo.

O morador do imóvel identificado como Adir de Oliveira Mariano morreu no local. Além dele, outras dez vítimas, que estavam em seis casas vizinhas, foram atingidas — seis delas com ferimentos leves. Mariano é apontado como o principal suspeito de armazenar os fogos de maneira clandestina na residência.

Entre as vítimas está uma mulher que sofreu traumatismo cranioencefálico. Ela foi levada ao hospital e não corre risco de morte. O filho dela, de 19 anos, teve escoriações na mão.

As causas do acidente ainda não são conhecidas. O episódio ocorreu por volta das 19h na Rua Francisco Bueno, número 79, Tatuapé. O imóvel ficou totalmente destruído.

Segundo a Defesa Civil, a Coordenadoria Municipal de Proteção foi acionada e constatou “grande dano patrimonial, atingindo diversos imóveis comerciais, residenciais e veículos”.

Ao todo, 13 viaturas e 27 integrantes do Corpo de Bombeiros participaram do resgate das vítimas e da contenção do incêndio. Segundo a capitã, o material que restou foi encaminhado e não há mais risco de explosão.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a explosão atingiu imóveis vizinhos, derrubou estruturas metálicas e provocou danos em diversos veículos estacionados na região.

“A força do impacto também levou à interdição temporária da Avenida Salim Farah Maluf para garantir a segurança das equipes em atuação”, diz a nota.

Parte das vítimas foi encaminhada ao Hospital Nipo-Brasileiro. Outras vítimas foram socorridas a unidades de saúde próximas ou atendidas no local pelas equipes de emergência, segundo a pasta.

“Durante o rescaldo, o Corpo de Bombeiros acionou o Esquadrão de Bombas do GATE, que localizou um corpo carbonizado entre os escombros. A vítima, um homem, seria o suspeito de armazenar ilegalmente artefatos explosivos no interior do imóvel. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da explosão. O caso foi registrado como explosão, crime ambiental e lesão corporal no 30° DP. A perícia do local foi requisitada e o exame necroscópico será realizado pelo Instituto Médico-Legal. A SSP reforça que o armazenamento ilegal de materiais explosivos representa grave risco à vida e à integridade da população, e que todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas para esclarecer os fatos e responsabilizar eventuais envolvidos”, diz a nota.