Executivo do iFood analisa impacto da IA e papel humano na inovação
O conceito de inovação real e os impactos da inteligência artificial no mercado de trabalho pautaram o episódio mais recente do podcast Canaltech. Rafael Sbarai, head de inovação e produto no iFood, analisou a diferença entre seguir tendências momentâneas e estruturar áreas de pesquisa consistentes nas empresas. Confiança na IA generativa aumenta, mesmo com as vulnerabilidades de segurança AI2027 | O que diz o artigo que prevê a IA destruindo a humanidade em até 2 anos Com formação em jornalismo e transição para a área de produtos digitais iniciada em 2014, o executivo une visões de comunicação e negócios na gestão de tecnologia. Cultura de testes Para Sbarai, companhias verdadeiramente inovadoras operam com foco em três horizontes temporais (H1, H2 e H3): curto, médio e longo prazo. Ele citou a Amazon como exemplo de referência no setor, devido ao investimento anual superior a US$ 10 bilhões em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Essa estratégia depende de uma cultura corporativa que tolere falhas e testes rápidos, algo que ele classifica como um "artigo de luxo" em tempos de busca estrita por eficiência operacional e lucros imediatos. Sobre o avanço massivo da IA generativa desde 2022, o especialista reforça que a ferramenta serve como apoio para processos, mas não substitui competências comportamentais ou a tomada de decisão estratégica. “A IA não toma a decisão, a IA não sente, a IA não entende a ironia, a capacidade, o relacionamento”, afirmou Sbarai durante a conversa. Ele defende que a sabedoria para discernir contextos continua sendo uma atribuição exclusivamente humana. Curadoria contra a desinformação A entrevista abordou ainda as mudanças estruturais no consumo de conteúdo digital, especificamente o “zero click content” — respostas diretas em plataformas de IA que eliminam a necessidade de o usuário acessar links externos. Sbarai alerta para os riscos de credibilidade neste cenário e aponta a ameaça crescente dos deep fakes (vídeos falsos criados por IA) como um problema social que exige regulação. Nesse contexto de alto volume de informações superficiais geradas por máquinas, o executivo aposta na valorização de profissionais capazes de oferecer análise crítica e segmentada. “A especialização, a curadoria e a profundidade podem ser o trunfo desse futuro que temos com IA”, disse. Ao final, o convidado recomendou que profissionais de todas as áreas consumam conteúdos técnicos para ampliar a maturidade e reduzir a ansiedade diante das transformações do mercado. Leia também: IA eleva risco e leva cibersegurança ao topo das empresas, diz gerente da AWS Navegadores de IA não são seguros e precisam ser bloqueados, diz Gartner Especialistas da ONU querem "linhas vermelhas" contra riscos inaceitáveis da IA Leia a matéria no Canaltech.
