Ex-número 2 de Ciro Nogueira e ex-secretário de Paes estão entre alvos de megaoperação que mirou a Refit
A megaoperação que mirou nesta quinta-feira (27) o grupo Refit, dono da antiga refinaria de Manguinhos, teve entre seus alvos o ex-secretário-executivo da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro, Jonathas Assunção, e o comentarista político Cristiano Beraldo, que ocupou por alguns meses, em 2021, o cargo de secretário municipal de Turismo do Rio no governo Eduardo Paes. A ação busca desarticular um esquema bilionário de fraude no recolhimento de impostos envolvendo dezenas de empresas do setor de combustíveis.
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A operação teve como alvos de busca e apreensão o empresário Ricardo Magro, dono da Refit, e seu pai, João Manuel Magro. Como as investigações correm sob sigilo, a lista oficial dos mais de 170 investigados não foi divulgada. A ação não teve mandados de prisão, apenas de busca. Magro, que alterna residência entre Miami e Portugal, não foi localizado.
Segundo as investigações, Cristiano Moreira Pinto Beraldo, comentarista político que já passou pelo governo de Eduardo Paes, gerenciaria empresas offshore nos Estados Unidos que pertenceriam a Magro, como a Cascais Bay LLC, cujo gerenciamento também envolve Alessandra Engel Magro, esposa do empresário, e a Oceana KB Real Estate LLC, do próprio dono da Refit. Beraldo concorreu a deputado estadual em 2022 pelo União Brasil e declarou patrimônio de R$ 1,85 milhão.
Após a operação, Beraldo divulgou vídeo dizendo-se “surpreso” e anunciou que se afastaria de suas atividades de militância e de comentarista político. A Jovem Pan informou, por nota, que não comentará o caso.
Entre os investigados também está Jonathas Assunção, ex-secretário-executivo da Casa Civil comandada por Ciro Nogueira no governo Bolsonaro. Atualmente executivo da Refit, ele é alvo de mandado de busca e apreensão de documentos.
Assunção tem longa trajetória ligada ao núcleo duro do governo Bolsonaro. Além de braço direito de Ciro, foi chefe de gabinete de Walter Braga Netto, preso na investigação da trama golpista, e chegou a ser uma das testemunhas indicadas por Jair Bolsonaro no caso. Em 2022, mesmo com questionamentos, foi eleito para o Conselho de Administração da Petrobras. No Congresso, ganhou a alcunha de "gerente" do orçamento secreto.
Durante sua passagem pela Casa Civil, sua esposa foi nomeada para um cargo de R$ 13 mil no Ministério de Minas e Energia.
A megaoperação cumpriu 126 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e no Distrito Federal. Ao todo, são 190 alvos, entre pessoas físicas e empresas ligadas ao grupo comandado por Magro. A Refit é considerada o maior devedor de ICMS de São Paulo e um dos maiores da União.
O objetivo é desarticular um esquema de fraude fiscal de proporções bilionárias no setor de combustíveis, envolvendo uso de empresas de fachada, offshores e estruturas financeiras criadas para driblar o pagamento de tributos. As apurações seguem sob sigilo.
