Ex-funcionário do governo de MG que matou a própria mãe é proibido pela Justiça de ter acesso à herança
A decisão da Justiça de Belo Horizonte acolhe um pedido feito pelo avô de Matteos França e pai da professora Soraya França para impedir o acesso do autor do crime aos bens da vítima. As investigações demonstraram que o filho matou a própria mãe após pressioná-la para arcar com o pagamento de dívidas. A Justiça de Belo Horizonte proibiu o filho e autor do feminicídio da professora Soraya França de ter acesso aos bens deixados pela vítima. A decisão acolhe uma ação de exclusão de herdeiro por indignidade movida pelo avô de Matteos França e pai da docente, que pediu que o neto fique impedido de apossar, usufruir, administrar ou se beneficiar do patrimônio de Soraya. As investigações demonstraram que o filho matou a mãe após pressioná-la para arcar com o pagamento de dívidas com jogos de azar, que somavam mais de R$ 200 mil.
A decisão é da 4ª Vara de Sucessões de Belo Horizonte. O magistrado Antônio Leite de Pádua concordou com o pedido do avô "diante dos indícios da prática de feminicídio, bem como a possibilidade dos bens serem partilhados ao herdeiro", que pode ser considerado indigno devido ao crime.
Segundo o Fórum de Belo Horizonte, Matteos França ainda não foi citado para contestar a ação. Isso será feito por meio de carta precatória já enviada para a comarca de Caeté, na região metropolitana, onde o acusado está preso preventivamente em uma unidade prisional. Após o prazo para contestação, o processo será enviado para o Ministério Público se manifestar.
Matteos França já foi denunciado pelo Ministério Público pelo feminicídio da própria mãe, por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, já que Soraya foi morta por asfixia. Além disso, o filho responderá também por ocultação de cadáver e fraude processual. O processo está em segredo de Justiça e, por isso, o Fórum de BH informou que ainda não é possível confirmar se ele já virou réu.
Além da denúncia, a Promotoria solicitou a fixação de um valor mínimo de reparação dos danos causados à família de Soraya pelo feminicídio e, ainda, a manutenção da prisão preventiva, para que o acusado não atrapalhe a fase judicial do processo.
Conforme as investigações da Polícia Civil, Soraya foi morta dentro do apartamento onde morava após uma briga envolvendo cobranças de boletos feitos por Matteos em nome dela. O filho asfixiou a professora até a morte com um golpe mata-leão e, em seguida levou o corpo para um viaduto Vespasiano, na região metropolitana. A vítima só foi localizada dois dias depois.
A CBN tenta contato com a defesa do acusado para um posicionamento.
