EUA sabiam que israelenses discutiram uso de palestinos como escudos humanos em Gaza

 

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Israel tem sido acusado frequentemente de usar palestinos como escudos humanos, violando o direito internacional. No passado, os Estados Unidos receberam evidências de que isso estava ocorrendo.

Caso em análise: ONU investiga Israel por supostas violações de direitos humanos de prisioneiros palestinos

Os EUA souberam que as tropas israelenses discutiram sobre palestinos terem sido enviados para os túneis de Gaza potencialmente repletos de explosivos, indicaram dois ex-funcionários norte-americanos à agência de notícias Reuters.

De acordo com esses funcionários, as informações foram compartilhadas com a Casa Branca e analisadas pelo setor de inteligência nas últimas semanas do governo do ex-presidente Joe Biden.

Há documentos registrando o uso de palestinos como escudos humanos por Israel em Gaza e na Cisjordânia. Segundo o relatório divulgado pela Reuters na quarta-feira (12), os EUA coletaram suas próprias evidências em relação ao assunto.

O direito internacional proíbe o uso de civis como escudos humanos durante atividades militares. Apesar disso, as autoridades israelenses são investigadas por supostamente descumprir as regras e usar palestinos como escudos humanos.

Em meio à divulgação do relatório da agência de notícias, as Forças Armadas de Israel ressaltaram que "proíbem o uso de civis como escudos humanos ou qualquer tipo de coerção para que participem de operações militares". Ainda acrescentaram que a Divisão de Investigação Criminal da Polícia Militar está investigando "suspeitas envolvendo palestinos em missões militares".

Uma reportagem da Associated Press, de maio deste ano, trouxe o relato de sete palestinos que foram vítimas da prática violenta.

Em junho do ano passado, a Al Jazeera também verificou imagens de soldados israelenses amarrando o palestino Mujahed Azmi, que estava ferido, em um carro militar durante uma incursão na Cisjordânia ocupada. Na época, o exército de Israel declarou que os envolvidos tinham violado o protocolo.

Entre terça e quarta-feira, Israel foi denunciado por supostos abusos cometidos contra palestinos perante o Comitê da ONU contra a Tortura. "O Comitê ficou profundamente consternado com as descrições (...) do que parecem ser atos de tortura e maus-tratos sistemáticos e generalizados infligidos a palestinos", afirmou o relator Peter Vedel Kessing, em Genebra.