EUA interceptam terceiro petroleiro ligado à Venezuela em meio a cerco às exportações de Maduro
Os Estados Unidos interceptaram uma terceira embarcação ligada à exportação de petróleo venezuelano, informaram neste domingo (21) as agências Bloomberg e Reuters. A nova apreensão ocorre em meio ao endurecimento do cerco do governo americano contra o escoamento do petróleo da Venezuela, apesar das sanções internacionais impostas ao regime de Nicolás Maduro.
Até a última atualização desta reportagem, não haviam sido divulgados o nome do navio, a data nem o ponto exato da interceptação. Segundo a Bloomberg, trata-se de um petroleiro com bandeira do Panamá que seguia em direção à Venezuela para ser carregado. Já a Reuters afirma que a abordagem ocorreu em águas internacionais.
A nova ação ocorre um dia após os Estados Unidos apreenderem um segundo petroleiro próximo à costa venezuelana. De acordo com a Reuters, a embarcação tinha como destino a China e transportava cerca de 1,8 milhão de barris de petróleo cru venezuelano do tipo Merey.
O navio, identificado como VLCC Centuries, operava sob bandeira panamenha e utilizava o nome falso ‘Crag’, segundo documentos internos da estatal PDVSA obtidos pela Reuters. O petróleo havia sido vendido à empresa Satau Tijana Oil Trading, uma das intermediárias usadas pela petroleira venezuelana para abastecer refinarias independentes chinesas.
Ainda segundo a agência, o Centuries integrava a chamada ‘frota fantasma’ da Venezuela — um conjunto de petroleiros que utiliza bandeiras estrangeiras, nomes falsos e desligamento de sistemas de rastreamento para ocultar a origem da carga e driblar sanções internacionais. Estratégia semelhante também é usada por países como Rússia e Irã.
Dados da organização Transparência Venezuela indicam que cerca de 40% das embarcações que transportam petróleo bruto venezuelano operam em situação irregular.
O Centuries deixou águas venezuelanas na quarta-feira passada, após ter sido brevemente escoltado pela Marinha da Venezuela, segundo fontes da Reuters na PDVSA e imagens de satélite do serviço TankerTrackers.com. A apreensão ocorreu posteriormente em águas internacionais a oeste da ilha de Barbados.
Mesmo diante do endurecimento das ações americanas, o governo Maduro afirmou na quarta-feira que as exportações de petróleo e a navegação de petroleiros seguem ‘normais’. O regime também anunciou que os navios passariam a receber escolta da Marinha venezuelana.
Fontes da Reuters relataram ainda que, na quinta-feira, o governo autorizou a saída de dois novos petroleiros com destino à China, cada um transportando cerca de 1,9 milhão de barris de petróleo cru, em desafio direto ao bloqueio anunciado pelo ex-presidente Donald Trump.
