EUA apreendem segundo petroleiro venezuelano em águas internacionais

 

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Os Estados Unidos interceptaram e apreenderam, na madrugada deste sábado (20), o segundo petroleiro em águas internacionais próximas à Venezuela. A primeira apreensão ocorreu no último dia 10.

O navio estava atracado em um porto venezuelano e foi interceptado pela Guarda Costeira americana, com apoio do Pentágono. Segundo o jornal The New York Times, a embarcação tem bandeira do Panamá.

O governo da Venezuela condenou a ação, que descreveu como “um grave ato de pirataria internacional”. Em nota, Caracas afirmou que houve roubo e sequestro de um novo navio privado que transportava petróleo venezuelano e condenou o desaparecimento forçado de sua tripulação. O documento ainda diz que “esses atos não ficarão impunes”.

A ação marca uma nova etapa da ofensiva norte-americana contra o país caribenho. Após a apreensão do primeiro petroleiro, o presidente Donald Trump anunciou um bloqueio total às embarcações do tipo da Venezuela e disse que o país estava completamente cercado.

O republicano também tem afirmado que não descarta uma intervenção militar para depor Nicolás Maduro. Para justificar as ações militares e a pressão econômica, o governo norte-americano alega combater o narcotráfico e acusa Maduro de narcoterrorismo.

Já o presidente venezuelano nega as acusações e acusa Washington de usar o combate às drogas como pretexto para forçar sua saída do poder.

Repercussão

Em discurso na Cúpula do Mercosul, o presidente Lula manifestou preocupação com o cenário. "Construir uma América do Sul próspera e pacífica é a única doutrina que nos convém. Há quem argumente que avançar na integração é abrir mão da soberania, mas as verdadeiras ameaças à nossa soberania não são de outra natureza. Elas se apresentam hoje sob a forma da guerra, das forças antidemocráticas e do crime organizado", disse.

"Passadas mais de quatro décadas desde a Guerra das Malvinas, o continente sul-americano volta a ser assombrado pela presença militar de uma potência extra-regional. Os limites do direito internacional estão sendo testados. Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo", completou Lula.

O presidente argentino Javier Milei, por outro lado, defendeu a atuação do governo de Donald Trump, afirmando que o cerco busca “libertar” a população do país.

"A Venezuela continua sofrendo de uma crise política, humanitária e social devastadora. A ditadura atroz e desumana do narcoterrorista Nicolás Maduro amplia uma sombra escura sobre nossa região. Esse perigo e essa vergonha não podem continuar existindo no nosso continente. A Argentina saúda a pressão dos Estados Unidos e de Donald Trump para libertar o povo venezuelano. O tempo de ter uma abordagem tímida nessa matéria se esgotou", declarou.