Estudo aponta apropriação cultural de grafismos indígenas em movimento tradicionalista gaúcho

 

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Um estudo da Universidade de Caxias do Sul (UCS) realizado pelos pesquisadores Francisco Ailton Santos e Juliane Petry Panozzo Cescon aponta que houve apropriação cultural por parte do movimento tradicionalista gaúcho de grafismos de indígenas da etnia Kaingang, o Kãgrás, em suas indumentárias.

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Segundo os pesquisadores, alguns exemplos de onde podem ser encontradas as representações são nas boleadeiras, uma espécie de arma de arremesso utilizada para caçar, e no chiripá, um pano retangular que é enrolado enrolado na cintura nas vestimentas gaúchas, e também nos tradicionais ponchos.

O tradicional poncho gaúcho, com grafismos indígenas

Reprodução

"O movimento tradicionalista utiliza o grafismo em diversas peças, mas a maioria dos não índios desconhece completamente a origem desses desenhos e o seu significado. Para muitos, esses “desenhos”, apenas adornam e embelezam a vestimenta tradicional", diz o estudo.

O trabalho aponta ainda os desenhos são usados sem qualquer referência a sua origem e sem que gerem qualquer retorno financeiro para os criadores das formas.

" Nessa discussão, não estão inclusas apenas questões estéticas ou históricas, há, por parte daqueles que reproduzem estas formas, significativos ganhos econômicos. Uma superfície estampada é geralmente mais cara do que uma superfície em branco, assim, uma imagem é um forte argumento de venda", pontuam os pesquisadores.