Estrelas de buraco negro: Pesquisadores descobrem novo objeto cósmico que desafia tudo o que conhecemos sobre o universo

 

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Astrônomos que utilizam o Telescópio Espacial James Webb (JWST), da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), podem ter identificado um novo tipo de corpo celeste capaz de mudar profundamente a compreensão da humanidade sobre a formação do cosmos: as chamadas “estrelas de buraco negro”.

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Em resumo, estes corpos celestes consistem em buracos negros envoltos por gases denso que brilham como se fossem estrelas. A descoberta, divulgada no início de setembro na revista especializada “Astronomy & Astrophysics” (“Astronomia e Astrofísica”, em tradução livre), surgiu a partir da investigação de misteriosos “pontos vermelhos” detectados pelo telescópio desde 2022.

Segundo os pesquisadores, estes objetos aparentavam ser tão antigos que pareciam impossíveis de existir nos primeiros bilhões de anos após o Big Bang.

O mais enigmático desses ‘pontinhos’, apelidado de “The Cliff” (“O Penhasco”, em tradução livre), tem a ‘data de nascimento’ estimada em 1,8 bilhão de anos após a origem do universo. Sua luz, que viajou quase 12 bilhões de anos até chegar à Terra, apresenta um aumento de brilho conhecido como “quebra de Balmer”. Essa assinatura não pode ser explicada por galáxias massivas nem por núcleos ativos típicos, levando os cientistas a sugerirem a existência de um novo tipo de corpo celeste.

A equipe liderada pela pesquisadora alemã Anna de Graaff, do Instituto Internacional Max Planck de Astronomia, propõe que esse fenômeno seja resultado de um buraco negro que se alimenta tão rapidamente que aquece e ilumina o gás ao seu redor.

“A diferença fundamental é que estrelas comuns são alimentadas por fusão nuclear, o que não ocorre aqui”, explica “Uma estrela de buraco negro pode ser vista como um objeto quente envolto por um cobertor ultradenso”.

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Para o astrofísico Fabio Pacucci, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, os pontos vermelhos podem representar duas possibilidades: galáxias extremamente compactas e densas com intensa formação estelar, ou buracos negros massivos em seus centros.

Em ambos os casos, ele afirma, as hipóteses desafiam os modelos atuais de evolução galáctica e ajudam a entender um período ainda pouco explorado do universo primitivo. Se confirmada, a hipótese das estrelas de buraco negro pode resolver um dos grandes enigmas da cosmologia: como os buracos negros supermassivos cresceram tão rapidamente nos estágios iniciais do cosmos.

Segundo De Graaff, a diminuição no número desses objetos ao longo do tempo indica que eles podem representar uma fase transitória na formação de galáxias e buracos negros. As próximas observações do JWST deverão focar em versões mais brilhantes dos pontos vermelhos para investigar a estrutura dessas possíveis estrelas.