Entrevista: 'PP não tem candidato competitivo e espero que cumpra o acordo', diz Moro em resposta a Ciro Nogueira

 

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No centro de uma disputa em torno da candidatura ao governo do Paraná, o senador Sergio Moro (União-PR) cobrou o PP a cumprir um acordo no estado e endossar sua pretensão de concorrer ao cargo. PP e União Brasil estão nas fases finais da concretização da federação, mas uma disputas locais vêm provocando impasses e levando à saída de integrantes. Presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI) disse que não apoiará Moro, o que gerou uma reação do comando do União Brasil.

— Vamos ter que aguardar. Por ora, os atos que foram tomados são todos no sentido da homologação da federação. Agora, os acordos têm que ser cumpridos. No Paraná, havia um acordo prévio do PP de que haveria o apoio à minha candidatura. A gente espera que seja cumprido. Sempre se diz lá que o PP cumpre acordos. Eles não têm candidato competitivo para apresentar. E lidero as pesquisas até com certa folga — disse Moro em resposta.

O parlamentar afirma ainda que, por ora, a postulação presidencial do senador Flávio Bolsonaro é um "teste" e lembra que há governadores também com condições de entrar na corrida.

Quem o senhor deveria ser o candidato da direita contra Lula em 2026?

O ideal seria que houvesse uma união entre direita e centro-direita. O país não aguenta mais quatro anos de mandato do Lula. Nós precisaríamos apresentar uma proposta diferente para o país. O que nós temos são os quatro governadores que são sempre muito citados. O Tarcísio (de Freias), o (Ronaldo) Caiado, o (Romeu) Zema e o Ratinho (Junior). E agora também o nome do Flávio Bolsonaro. Não sei como isso vai se desdobrar nos próximos meses.

Há resistências nos partidos a Flávio Bolsonaro. Ele vai mesmo ser o candidato?

É uma indicação do (ex-) presidente (Jair) Bolsonaro, que está numa situação difícil. Ele tem todo o direito de fazer essa indicação. Estão testando o nome para ver a aceitação na opinião pública e no eleitorado. Vão ter que aguardar os desdobramentos. Minha preocupação imediata é o meu estado, com a pré-candidatura ao governo no Paraná.

Há uma série de desavenças na federação entre o PP e o União Brasil, inclusive no Paraná. Esse acordo entre os partidos vai mesmo ser formalizado?

Vamos ter que aguardar. Por ora, os atos que foram tomados são todos no sentido da homologação da federação. Agora, os acordos têm que ser cumpridos. No Paraná, havia um acordo prévio do PP de que haveria o apoio à minha candidatura. A gente espera que seja cumprido. Sempre se diz lá que o PP cumpre acordos. Eles não têm candidato competitivo para apresentar. E lidero as pesquisas até com certa folga.

Ficou surpreso com o anúncio de Ciro Nogueira de que não apoia a sua pré-candidatura?

Fui surpreendido pelos termos. Sabia que tinha divergências pontuais, mas nada que pudesse impedir ou dificultar nesse nível. A resposta do União Brasil veio em seguida. Ainda há espaço para construir uma solução conjunta.

A resistência do PP tem a ver com sua atuação na Lava-Jato? O partido foi um dos mais atingidos, inclusive com prisões...

Respeito que poderia ter um óbice nesse sentido, mas não vejo uma relação de causa e efeito, porque os personagens são outros.

Vai apoiar a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao STF?

Estou esperando a mensagem do presidente (Lula), que não veio ainda. Não sei se vai se concretizar ou não essa indicação. Antes de vir a mensagem, não tenho necessidade de me posicionar. O que eu sempre pontuei é que o ideal seria a indicação de pessoas mais independentes e menos vinculadas ao governo, sem uma relação tão próxima com o presidente da República. A gente quer um Supremo independente.