EMTech | Energia limpa coloca Brasil em vantagem para atrair data centers de IA

 

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A demanda pela instalação de data centers voltados à inteligência artificial (IA) cresce à medida que essas tecnologias ganham espaço nos mais diversos setores da economia. Nesse cenário, o Brasil tem na energia limpa e renovável um trunfo para atrair cada vez mais infraestrutura para esses sistemas computacionais. As 20 empresas mais inovadoras do Brasil em 2025, segundo MIT Technology Review EMTech Brasil | Dias 29 e 30 ocorre em SP evento global da MIT Technology Review Em um painel realizado no EMTech Brasil 2025, Alessandro Lombardi, presidente e fundador da Elea Data Centers — empresa especializada em soluções de infraestrutura digital sustentável e implantação de data centers — destacou que a geração de energia limpa posiciona o país como um potencial líder global no setor de IA. “O Brasil é o único país que tem uma grande matriz e disponibilidade para gerar energia limpa em larga escala. Por isso, existe a capacidade de entregar data centers de grande porte no país. Há um mercado significativo aqui”, ressaltou o executivo. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Lombardi citou a vantagem do Brasil em relação a países como a Noruega — com grande potencial de geração de energia limpa, mas em menor escala — e a Índia — que possui geração em larga escala, porém sem foco na sustentabilidade. Infraestrutura com foco na sustentabilidade O executivo ressaltou ainda que é indispensável pensar em sustentabilidade quando o assunto é a construção de data centers, e mencionou a criação do Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center no Brasil (Redata) pelo governo federal. O Redata garante isenção de PIS/Pasep, Cofins e IPI na aquisição de equipamentos de tecnologia da informação e comunicação (TIC) destinados à implantação e ampliação de data centers. Em contrapartida, obriga as empresas a cumprirem critérios rigorosos de sustentabilidade — como uso de energia renovável e padrões de eficiência hídrica — no desenvolvimento dessas infraestruturas. Segundo Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit — evento global focado em inovação e empreendedorismo nos setores de energia e sustentabilidade —, com a implementação do Redata, o ambiente regulatório deixa de ser um entrave e passa a ser visto como um diferencial competitivo. “Muito dificilmente algum país vai conseguir replicar a condição que temos no Brasil para implementação de data centers em larga escala. Temos 90% da matriz elétrica limpa, isso é um sonho de consumo. Há um espaço infinito para o crescimento”, afirmou Mendonça. Hudson Mendonça e Alessandro Lombardi em painel do EMTech Brasil 2025 sobre data centers (João Melo/Canaltech) Rio AI City Um dos projetos brasileiros de maior destaque em infraestrutura tecnológica é o Rio AI City, que pretende transformar o Rio de Janeiro no maior hub de data centers da América Latina. Maravalley | Brasil terá a 1ª cidade da América Latina com o selo NVIDIA AI City A Elea Data Centers é uma das líderes do projeto, que busca criar um ecossistema tecnológico na região do Parque Olímpico, voltado à inteligência artificial, computação em nuvem e sustentabilidade. O campus contará com três data centers — incluindo o RJO1, já em operação —, com capacidade energética inicial de 1,5 gigawatts (GW) até 2027, e previsão de expansão para 3,2 GW até 2032. Um dos diferenciais do projeto é o uso de energia 100% renovável em todas as suas fases, além da adoção de sistemas de refrigeração sem água e do conceito green skin — que integra eficiência energética, design, construção e operação sustentável. “Estou convencido de que os data centers vão consumir cada vez mais energia do que consumimos atualmente. Se não cuidarmos da sustentabilidade, será um desastre ecológico. Por isso esse ponto é inegociável”, enfatizou Lombardi. Projeto do Rio AI City conta com funcionamento de quatro data centers (Divulgação/Elea Data Centers) Necessidade de mão de obra qualificada A expectativa é que apenas o Rio AI City gere mais de 10 mil empregos qualificados, evidenciando a importância de preparar profissionais para operar data centers e sistemas de IA no país. “Infraestruturas como data centers têm se modernizado muito, e eu acho que sim, existe uma questão relacionada à qualificação dos profissionais. Um exemplo é que, há cinco anos, não era necessário saber IA. Hoje, quem não tem essa base está praticamente fora do mercado”, avaliou Hudson Mendonça. Tanto Mendonça quanto Lombardi destacam que esses profissionais precisarão de uma formação técnica sólida, mas também de uma mentalidade voltada à criação de soluções tecnológicas inovadoras. Mulheres estão usando mais o ChatGPT que os homens — estudo checou 1 mi de chats China mergulha data centers que alimentam IAs no oceano e usa até energia eólica Chefe de IA da Microsoft diz que sistemas podem precisar de intervenção militar VÍDEO | CHATGPT, PERPLEXITY, CLAUDE, GEMINI: QUAL ESCOLHER?     Leia a matéria no Canaltech.