Empresário investigado por matar a ex-companheira e simular um acidente de trânsito para ocultar o crime é preso
Um empresário, de 43 anos, foi preso em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, por suspeita de feminicídio contra a ex-companheira Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos. Alison de Araújo Mesquita é investigado por matar a ex-mulher e tentar simular um acidente de trânsito para ocultar o crime. Ao ser preso, o homem confessou aos policiais que praticou o feminicídio.
O caso foi registrado no último domingo. Inicialmente, a morte da vítima foi registrada pela Polícia Militar Rodoviária como consequência de um acidente de trânsito na MG-050, em Itaúna, na mesma região. Segundo o boletim, Henay estava no banco do motorista e o ex-namorado no do passageiro quando o carro invadiu a contramão e bateu em um micro-ônibus.
Porém, conforme a Polícia Civil, a mudança na investigação ocorreu após análises de imagens de câmeras de segurança de um pedágio na rodovia, como explicou o delegado João Marcos Ferreira, responsável pelo inquérito.
"Foi possível verificar que o autor estava no banco do passageiro e a vítima estava totalmente inconsciente, no banco do motorista, totalmente inerte sem qualquer movimento é indicativo ali de que não tinha consciência. Então foi possível verificar que ele tomava a direção do banco do passageiro a direção do veículo e com um dos pés acionava o freio e o acelerador. Isso chamou a atenção também da funcionária da praça de pedágio. E essas imagens chegaram até nós policiais."
Devido às suspeitas de feminicídio, a Polícia Civil iniciou a coleta de depoimentos de testemunhas e familiares da vítima, além de pedir um novo exame de necrópsia. Isso porque, a princípio, Henay foi declarada morta em decorrência de um politraumatismo provocado pelo acidente.
Mas, segundo o médico-legista Rodolfo Ribeiro, a segunda análise feita no corpo da vítima indicou a possibilidade de morte violenta.
"Esse corpo foi novamente levado ao IML, onde foi avaliada mais profundamente a região cervical e nesse momento nós deparamos com uma sulfuração hemorrágica na região cervical posterior à mandíbula abaixo da orelha. Tinha um achado compatível com uma constrição cervical externa, ou seja, ela poderia ter sido asfixiada desse lado. E colhemos exames complementares."
Diante das evidências, o empresário foi preso em flagrante durante o velório da vítima, em Divinópolis. Ao ser confrontado pelos policiais, o autor acabou confessando que teria agredido a vítima no trajeto do veículo, após uma discussão com Henay.
Conforme o próprio empresário, a mulher chegou a parar o carro durante a briga e, neste momento, ele a agrediu violentamente até a vítima desmaiar. Neste momento, o homem assumiu o controle do carro e foi flagrado pelas câmeras do pedágio.
No depoimento, o empresário ainda confirmou que a vítima recobrou a consciência e, posteriormente, foi asfixiada por ele, antes do acidente, já que, segundo ele, Henay teria ameaçado jogar o carro contra o ônibus. Porém, essa versão é contestada pela Polícia com base em depoimentos de testemunhas, que chegaram a ver a vítima desacordada e muito machucada antes da batida com o outro veículo.
A princípio, segundo a Polícia Civil, o empresário vai ser autuado por feminicídio. Após a prisão, o homem foi levado ao sistema prisional onde está à disposição da Justiça.
A defesa do empresário Alison Mesquita informou que ele está colaborando integralmente com todas as investigações conduzidas pelas autoridades.