Em nova onda, Estado Islâmico usa inteligência artificial para recrutar jihadistas no Reino Unido
O Estado Islâmico (EI) passou a empregar ferramentas de inteligência artificial para tentar recrutar jihadistas britânicos, em um movimento considerado inédito e que acendeu um sinal de alerta no MI5 e no MI6, segundo revelou o Telegraph. A estratégia integra uma nova ofensiva digital do grupo, que volta a ganhar força no Oriente Médio e no Chifre da África, assim como a al-Qaeda.
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As preocupações foram detalhadas no mês passado pelo diretor-geral do MI5, Sir Ken McCallum, em sua atualização anual sobre ameaças. Segundo ele, “grupos no exterior continuam tentando direcionar ações terroristas para o Reino Unido e a Europa”.
— Al-Qaeda e Estado Islâmico estão novamente se tornando mais ambiciosos, aproveitando a instabilidade internacional para consolidar posições, e encorajando, direta e indiretamente, possíveis atacantes no Ocidente — afirmou McCallum.
O grupo extremista Estado Islâmico lança campanha digital para atrair adolescentes britânicos
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De acordo com informações do Daily Star, além da propaganda online com IA, o Estado Islâmico também estaria conduzindo uma nova campanha de recrutamento de combatentes estrangeiros para atuar na Síria, em um momento de aumento global das atividades do grupo.
No auge da organização, há mais de dez anos, pelo menos 30 mil estrangeiros, entre eles cerca de 900 britânicos, viajaram ao Oriente Médio para se juntar ao movimento. Mais de um quarto morreu, e muitos dos que tentaram retornar foram investigados e processados por terrorismo.
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O avanço da ofensiva digital já tem repercussões no Reino Unido. Na semana passada, um adolescente de 18 anos, morador do sul de Londres, foi detido no Aeroporto de Gatwick ao tentar embarcar em um voo para a Turquia. Segundo as investigações, ele pretendia atravessar a fronteira para a Síria e se unir ao EI. O jovem foi acusado de intenção de cometer atos terroristas e deverá comparecer ao tribunal de Old Bailey ainda este ano.
Destino turístico ameaçado
Em outro ponto sensível, a Turquia, um destino bastante popular entre turistas britânicos, estaria sendo frequentada livremente por ex-integrantes de um grupo terrorista, o que gerou preocupações entre especialistas em segurança. A estimativa é que cerca de quatro milhões de britânicos visitem o local anualmente, o que, segundo analistas, aumenta o risco de ataques e até de possíveis sequestros.
Entre os casos monitorados está o de Ishaq Taher Salah Arafah, de 39 anos, apontado como associado ao Hamas, grupo responsável pelo ataque de 7 de outubro em Israel. Anteriormente, ele foi condenado por envolvimento em um atentado em 2011, em Jerusalém, que levou à morte da tradutora bíblica Mary Jane Gardner, nascida na Escócia. Após sua recente libertação, Ishaq estaria vivendo na Turquia, o que reacendeu o alerta entre autoridades de contraterrorismo.
