Dos 67 jornalistas mortos este ano no mundo, quase metade estava na Faixa de Gaza, aponta ONG
A repórter Adriana França, da RFI, destaca que o número de jornalistas mortos no mundo voltou a subir, no último ano, devido à ação de Forças Armadas, regulares ou não, e do crime organizado. É o que aponta o relatório anual de liberdade de imprensa da ONG Repórteres Sem Fronteiras, publicado, nesta terça-feira (9). Sessenta e sete jornalistas foram mortos desde dezembro de 2024, quase metade na Faixa de Gaza. O Exército israelense é hoje o pior inimigo dos jornalistas, acusa a ONG.
Mortes também foram registradas na Ucrânia e no Sudão, outros países em conflito. Na América Latina, marcada pela violência de organizações criminosas, 18 jornalistas foram assassinados. Na região, o México é hoje o primeiro país mais perigoso para profissionais da imprensa e o segundo do mundo, com nove mortes só em 2025.
Já o Brasil melhorou no ranking de 2025 da Repórteres Sem Fronteiras, passando da posição 82 para a 63 entre 180 países. Apesar do avanço de 19 posições, persistem desafios, como a violência estrutural contra profissionais, concentração privada no setor de mídia e o peso da desinformação que continua a intoxicar o debate público no Brasil, diz o texto. A entidade de defesa da liberdade de imprensa também informa que 503 jornalistas estão detidos atualmente em 47 países.
Cento e trinta e cinco profissionais de imprensa estão desaparecidos e 20 são mantidos como reféns, principalmente na Síria e no Iêmen. A China seria a maior prisão aberta de jornalistas no mundo, com 121 profissionais detidos. Nas primeiras posições do ranking de liberdade de imprensa estão, respectivamente, a Noruega, a Estônia e a Holanda como países mais seguros do mundo para se exercer a profissão de jornalista.
