Domínio em vitória empolgante indica que Ancelotti está perto do ‘onze ideal’ na seleção brasileira

 

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Em sua melhor forma desde a chegada de Carlo Ancelotti, a seleção brasileira empolgou os torcedores na vitória de ontem por 2 a 0 contra a forte equipe do Senegal, com gols de Estêvão e Casemiro, no Emirates Stadium, em Londres.

Os senegaleses, que tiveram noite ruim, com erros defensivos e outros forçados pela pressão alta bem executada pelo Brasil, perderam a invencibilidade de 26 partidas que perdurava desde 2023. Tal estatística dimensiona o bom nível do adversário dominado pela seleção brasileira. Na próxima terça-feira, o Brasil enfrentará a Tunísia, em Lille, na França.

Motivado pelo retrospecto recente e pela vitória por 4 a 2 no último encontro com a seleção brasileira, em 2023, o Senegal tentou adotar postura corajosa no confronto. Isso ajudou na fluidez do estilo de jogo planejado por Carlo Ancelotti. De um lado do campo, uma defesa sólida. Militão de lateral-direito soube defender bem a meta de Ederson, que fez apenas uma defesa no jogo. Do outro, um ataque leve, de ótima mobilidade, e que foi bem abastecido pela dupla de volantes formada por Casemiro e Bruno Guimarães. Os dois, aliás, representam o principal trunfo do técnico até então.

— Foi um jogo muito bonito. Com sacrifício e concentração a nível defensivo. Muita pressão na primeira parte, controle na segunda parte porque não precisamos da pressão muito alta como na primeira parte. A qualidade dos jogadores na frente fez a diferença — valorizou o treinador.

É claro que, num mundo dinâmico como o do futebol, muita coisa pode acontecer até junho, quando começará a Copa do Mundo. Porém, é inegável que, ao utilizar praticamente tudo o que tem de melhor à disposição — as exceções são Alisson, do Liverpool, e Raphinha, do Barcelona, ambos com lesões musculares —, Ancelotti indica caminhos do time titular.

A defesa, por exemplo, parece montada. Alisson é o dono natural da posição no gol, assim como Marquinhos e Gabriel Magalhães na dupla de zaga. Nas laterais, a falta de nomes que transmitam segurança indica Alex Sandro na esquerda e Militão na direita. O zagueiro do Real Madrid passou no teste de ontem ao demonstrar a qualidade habitual na defesa e boa capacidade de chegar ao ataque.

Acabaram os testes

No meio, Casemiro e Bruno Guimarães mostram o melhor entrosamento da seleção. Rodrygo, Vini Jr. e Estêvão não ficam atrás. Elogiado por Ancelotti, o atacante do Chelsea se isolou como artilheiro na era do técnico italiano, com quatro gols. A única incógnita no setor ofensivo é Matheus Cunha, que tem aproveitado as oportunidades, mas conta com concorrentes de peso.

Escalado num setor que o permite atuar como centroavante, segundo atacante ou até meia avançado, Cunha teve atuação de destaque. Para melhorar, só se tivesse acertado o gol na cabeçada no primeiro tempo.

— A posição do Matheus Cunha é muito importante, pois ajuda na saída de bola entre o meio e o atacante. Com ele, os três da frente podem fazer jogadas fantásticas. Eu falei que os testes acabaram em outubro. Agora é uma linha reta para chegar na Copa do Mundo — concluiu Ancelotti.