'Diabo Loiro': quem é Eduardo Magrini um dos alvos da operação do MP contra lavagem de dinheiro do PCC

 

Fonte:


Um dos alvos da operação do Ministério Público de São Paulo que mira um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo nomes do alto escalão do Primeiro Comando da Capital, Eduardo Magrini, o Diabo Loiro, é suspeito de participar dos ataques da facção cometidos em São Paulo no ano de 2006. Ele tem passagens criminais por homicídio, formação de quadrilha, receptação e uso de documento falso.

Leia mais: Saiba quem é Sérgio Mijão, alvo de operação contra lavagem de dinheiro do PCC

Brasil: Operação do Ministério Público mira esquema de lavagem de dinheiro do PCC

Nas redes sociais, Magrini se apresenta como produtor rural e "influencer digital". Nas imagens, ele aparece montando cavalos, ao lado de caminhões e carros de luxo ou em eventos de rodeio. O Diabo Loiro também aparece em fotos em países da Europa, como França e Itália. Em outras publicações, o suspeito ostenta armas em um estande de tiros de Campinas.

Em 2012, Magrini foi preso em flagrante por tráfico de drogas, na altura do km 65 da rodovia Dom Pedro I, em Bom Jesus dos Perdões. Os policiais haviam sido alertados por uma denúncia de que o "Diabo Loiro" iria passar na rodovia com um carregamento de drogas. No porta malas, os policiais encontraram dois tijolos de cocaína e outros dois de maconha. Na época, Magrini dizia trabalhar com "compra e venda de cavalos". Ele foi condenado a 6 anos e 8 meses de prisão.

Segundo as autoridades, Magrini seria um dos envolvidos nos ataques do PCC ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo em 2006. Magrini teria atuado também na "sintonia FM", setor que administra pontos de venda de droga da facção.

Entenda a operação

A operação deflagrada pelo MP-SP nesta quinta-feira tem como alvo um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo nomes do alto escalão do Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os alvos estão Eduardo Magrini, o Diabo Loiro, e os filhos de Sérgio Mijão, um dos traficantes mais procurados do país.

Segundo a Polícia Militar, uma pessoa foi morta e um policial ficou ferido durante a operação. Foram expedidos 9 mandados de prisão preventiva e 11 mandados de busca e apreensão. A Justiça também autorizou o bloqueio de 12 imóveis de luxo e dos valores existentes nas contas bancárias dos envolvidos.

A ação desta quinta-feira é um desdobramento de outras duas operações: a Linha Vermelha e a Pronta Resposta. A primeira mirava crimes de organização criminosa armada, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro de nomes ligados ao PCC. Já a segunda revelou um plano da facção para matar o promotor Amauri Silveira Filho, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Segundo o MP, o material coletado em ambas as operações levou aos promotores a detectarem "sólidas conexões entre conhecidos traficantes, integrantes do PCC e empresários". "Essas conexões revelaram diversas transações econômicas nas quais a origem criminosa dos valores negociados havia sido ocultada ou dissimulada pelos envolvidos", diz o MP.

No entanto, após as operações Linha Vermelha e Pronta Resposta, começaram a surgir desavenças entre os integrantes do grupo. Nesse momento, novas transações imobiliárias e financeiras começaram a serem feitas para "dissipar seu patrimônio e a ocultar os verdadeiros beneficiários" do dinheiro. O esquema de lavagem de dinheiro foi, contudo, identificado pelas autoridades.