Dia do Professor: iniciativas pioneiras vão do telescópio no sertão a aulas em hospital
A CBN ouviu relatos emocionantes de profissionais que usam a educação para transformar vidas pelo país. No Maranhão, por exemplo, um equipamento esquecido em um laboratório era tudo faltava para apresentar o Universo a comunidades do sertão. O céu estrelado das noites do sertão nunca mais seria contemplado da mesma forma pelas crianças do interior do Maranhão, na região Nordeste. Em 2019, os professores de Física Genilson Martins e Daniely Gaspar descobriram um telescópio esquecido em um laboratório. Daí, nasceu a ideia de usar o equipamento para apresentar a ciência a comunidades indígenas locais. Coordenador do projeto Astronomia no Sertão, Genilson conta que sua missão é inspirar os alunos por meio dos astros.
“A gente começou a fazer eventos, levando telescópios, binóculos, e os estudantes ficavam encantados. É maravilhoso ver o brilho no olhar de uma criança… o sorriso. Nós lutamos para que as crianças vejam que existem outras oportunidades de mudar de vida. Isso desperta o desejo de seguir em frente e de cursar uma faculdade. Minha tarefa aqui na terra é incentivar esses meninos a mostrar pra eles caminhos grandiosos que só a educação pode nos levar.”
No Sudeste, o Edmar Silva é um dos responsáveis por garantir que crianças em tratamento contra o câncer em São Paulo continuem aprendendo mesmo longe das salas de aula. Há 25 anos, a Escola Móvel, vinculada ao Hospital do Grupo de Apoio ao Adolescente e a Criança, o Graac, acompanha, por ano, mais de 500 estudantes no período de internação. O supervisor pedagógico do projeto fala sobre a satisfação de acompanhar esses pequenos pacientes durante o tratamento e após a alta.
"O professor tem que se adequar e ter a sensibilidade de perceber que conteúdos ele precisa selecionar para aquele aluno. Ele vai ter uma aula individual com cada professor. É um trabalho que traz para mim muita satisfação... A gente olhar a criança que a gente viu ali, carequinha, magrinha, sem cabelo... ela voltar seis meses depois que foi ao tratamento e contando histórias sobre a escola, com o cabelinho crescendo, muito bonito. É muito satisfatório mesmo. A gente tem certeza que vale a pena, que o que a gente faz é válido e muda e transforma as vidas."
Já, no Rio de Janeiro, o trabalho da professora de Língua Portuguesa Luciana Varella resultou em cerca de metade dos alunos com notas entre acima de 800 no Enem 2024. Ela dá aula no Colégio Estadual Marechal Zenóbio da Costa, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, onde, desde 2018, comanda o Redação 1K, projeto que prepara o estudante para a prática textual do exame. Apesar das dificuldades, ela se emociona com os frutos que colhe.
"Eu trabalho numa escola pública dentro de uma comunidade. Então, ver que esse aluno pode ingressar numa universidade pública, transformar a realidade não só dele, mas das famílias também... a gratidão dos pais quando sai o resultado é ímpar. Eu não me vejo hoje fazendo outra coisa que não seja o magistério. Eu gosto muito".
O Dia do Professor é lembrado, em todo o Brasil, neste dia 15 de outubro.
