Democratas divulgam imagens da casa de Epstein em ilha no Caribe onde teriam ocorrido crimes sexuais; veja
Os democratas da Câmara dos Representantes divulgaram nesta quarta-feira um conjunto de fotografias e vídeos da residência do bilionário Jeffrey Epstein na ilha particular de Little St. James, no Caribe, onde suas acusadoras afirmam que ele explorava sexualmente meninas menores de idade. O material faz parte do esforço do partido para ampliar a pressão sobre o Departamento de Justiça, que foi recentemente obrigado por lei a tornar públicos os arquivos da investigação sobre o caso.
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Epstein era dono de duas ilhas privadas nas Ilhas Virgens dos Estados Unidos, ambas próximas a St. Thomas. Little St. James foi sua principal residência durante quase duas décadas e centro das acusações de que, ali, ele teria abusado de adolescentes. Ele também era acusado de transportar dezenas de meninas entre suas casas em Nova York e Palm Beach, na Flórida.
As dez fotos e quatro vídeos tornados públicos foram feitos em 2020, um ano após a morte de Epstein na prisão, enquanto ele aguardava julgamento por acusações federais de tráfico sexual. As imagens foram entregues à Comissão de Supervisão por autoridades das Ilhas Virgens e selecionadas pelos democratas a partir de um conjunto maior de documentos.
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Chamando o material de “perturbador”, o deputado Robert Garcia, da Califórnia, líder democrata na comissão, afirmou que a divulgação é parte do compromisso de garantir “transparência pública” e de ajudar a reconstruir a dimensão dos “crimes horríveis” cometidos por Epstein. Ele afirmou ainda que o grupo recebeu registros financeiros do bilionário provenientes do J.P. Morgan e do Deutsche Bank, que devem ser divulgados nos próximos dias.
As imagens mostram quartos com decoração simples, áreas externas e registros em vídeo que percorrem o interior da casa. Um dos cômodos exibidos parece ter sido transformado em consultório odontológico: as paredes estão cobertas por máscaras de rostos masculinos, e há uma cadeira e equipamentos típicos. A última namorada de Epstein, Karyna Shuliak, era dentista e dividia um consultório em St. Thomas com uma empresa ligada ao bilionário.
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Outra foto mostra um espaço usado como biblioteca, com poltronas e um quadro-negro no qual várias palavras foram rabiscadas. Parte delas foi ocultada pelos democratas, mas termos como “verdade”, “música”, “engano” e “poder” aparecem ao lado de anotações como “intelectual” e “político”.
A divulgação ocorre duas semanas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionar uma lei que determina que o Departamento de Justiça publique todos os seus arquivos sobre Epstein no prazo de 30 dias — embora o texto inclua exceções que permitem manter confidenciais documentos ligados a investigações em andamento.
O material agora revelado deriva de uma investigação paralela da Comissão de Supervisão, presidida pelos republicanos, que passou a examinar o caso após os democratas exigirem uma intimação. Em setembro, essa apuração levou à divulgação de um desenho de conotação sexual e de uma anotação que parecia ter a assinatura de Trump, parte de um livro produzido para celebrar os 50 anos de Epstein. O presidente nega ter feito o desenho.
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No mês passado, os democratas também divulgaram três trocas de e-mails fornecidas pelo espólio de Epstein que sugeriam que o bilionário acreditava que Trump tinha mais conhecimento sobre seus abusos do que admite publicamente.
Após a morte de Epstein, em 2019, a procuradoria-geral das Ilhas Virgens processou seu espólio, acusando-o de levar meninas de apenas 11 anos para Little St. James e manter um banco de dados para monitorar a disponibilidade e os deslocamentos das vítimas. Em acordo judicial, o espólio concordou em pagar pelo menos US$ 105 milhões ao território e repassar parte do valor arrecadado com a venda das ilhas. Elas foram vendidas em 2023 por US$ 60 milhões a um investidor que planeja construir ali um resort de 25 quartos.
