Delegação da Ucrânia vai aos EUA discutir plano para encerrar guerra, diz Zelensky
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou que uma equipe de negociadores ucranianos viajou neste sábado para os Estados Unidos para conversas sobre o plano de Washington para acabar com a guerra. A declaração ocorre após o chefe de Gabinete e principal negociador do plano, Andriy Yermak, renunciar ao cargo.
"O secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia e chefe da delegação ucraniana, Rustem Umerov, juntamente com a equipe, já estão a caminho dos Estados Unidos", disse Zelensky em uma postagem no X.
Yermak, braço direito de Zelensky e considerado por muitos o segundo homem mais influente da Ucrânia, estava escalado para liderar a delegação ucraniana nas negociações agendadas para este fim de semana. Sua demissão ocorre apenas duas semanas após um escândalo de corrupção no setor energético do país vir à tona.
O plano foi considerado muito mais benéfico para a Rússia. A proposta inicial de 28 pontos incluía, entre outros pontos, o reconhecimento (incluindo pelos americanos) da Crimeia, Luhansk e Donetsk como territórios russos e a redução drástica de suas Forças Armadas para 600 mil — atualmente, o Exército ucraniano conta com 800 mil e 850 mil soldados, segundo um oficial ucraniano à agência Axios.
Após críticas, o esboço foi redesenhado e os pontos caíram para 19, com alterações em trechos como a redução das Forças Armadas ucranianas e a alocação de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 500 bilhões, na cotação atual) em fundos russos congelados no exterior para a reconstrução do país. Já a possibilidade de ceder território à Rússia é um ponto de discórdia que trava o avanço do diálogo após quase quatro anos de conflito.
O plano ainda segue indefinido e com bastantes lacunas, o que, de acordo com uma análise do think tank Centro de Estudos Estratégicos Internacionais (CSIS, na sigla em inglês), pode funcionar não como um acordo, "mas um ponto de partida para se chegar a um".
* Em atualização
