Delator do PCC: três PMs acusados de participar do assassinato de Gritzbach vão a júri, decide Justiça

 

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A Justiça de São Paulo decidiu que vão a júri popular três policiais militares acusados de participar do assassinato de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC morto no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, no final do ano passado. O cabo Denis Antônio Martins e o Ruan Silva Rodrigues são suspeitos de efetuarem os disparos de fuzil contra o alvo, enquanto o tenente Fernando Genauro da Silva teria dirigido o carro usado na fuga.

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A decisão partiu do Juízo da Vara do Júri de Guarulhos, na Grande São Paulo. O juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo também manteve presos os três PMs. O júri ainda não foi marcado.

O Ministério Público denunciou, em maio, 18 agentes por envolvimento no caso Gritzbach — quinze deles por atuarem na segurança privada do delator do PCC e três, por ligação direta com a morte.

Há duas semanas, a Justiça Militar autorizou a soltura de outros três policiais militares que figuram entre os réus no processo. A decisão atendeu pedidos das defesas. Segundo o g1, foram beneficiados os soldados Julio Cesar Scallet Barbini e Abraão Pereira Santana, além do primeiro-tenente Thiago Maschion Angelim da Silva.

Os demais permanecem presos e respondem por diferentes crimes previstos no Código Penal Militar, entre eles organização criminosa armada, falsidade ideológica e participação em atos de violência.

O alvo do crime

Gritzbach foi executado a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos após anos sob ameaça da facção. Conhecido por acumular patrimônio no setor imobiliário e em investimentos, também chegou a atuar no mercado de criptomoedas, área em que a polícia apura um suposto desvio de R$ 100 milhões que teria gerado atrito com o PCC.

Natural de São Paulo, ele iniciou a carreira como corretor e ascendeu profissionalmente na Porte Engenharia, construtora responsável por empreendimentos emblemáticos da capital, como o Platina 220. Em seis anos, passou de vendedor a gerente comercial, recebendo salários elevados e participação em negócios.

Posteriormente, abriu a SP Investimentos e Empreendimentos, registrada com capital de R$ 4 milhões, e outras empresas ligadas ao setor imobiliário. Também diversificou seus negócios, adquirindo participação em postos de combustível e em diferentes sociedades empresariais.

Além da disputa milionária envolvendo criptomoedas, Gritzbach também foi responsabilizado pela facção pela morte de um integrante conhecido como “Cara Preta”, em 2021. A acusação levou o empresário ao chamado “tribunal do crime”.

Dois anos mais tarde, ele rompeu de vez com o PCC ao firmar colaboração com as autoridades. Na delação, citou dirigentes de empresas ligadas ao futebol como aliados da facção.