Crimes na França: após Louvre, Palácio do Eliseu tem pratas e porcelanas roubadas
Um funcionário do Palácio do Eliseu, residência oficial do presidente da França, foi detido após ser acusado de roubar peças valiosas de prata e porcelana do local e vendê-las em uma plataforma de comércio online de usados. Elas foram avaliadas entre 15 e 40 mil euros (R$ 97 mil e R$ 259 mil).
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A prisão ocorre em mais um episódio de escândalo envolvendo patrimônios culturais do país, após o roubo de oito joias da realeza francesa, avaliadas em mais de US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 554 milhões, na cotação atual). Elas foram levadas do Museu do Louvre em 19 de outubro, em uma ação espetacular que durou sete minutos.
De acordo com as investigações, o suspeito teria aproveitado o acesso privilegiado às dependências do palácio para furtar artigos de alto valor histórico e artístico, incluindo talheres de prata e louças finas, que posteriormente colocou à venda em um site de compra e venda de segunda mão. As autoridades identificaram diversas transações que teriam ligação com os objetos desaparecidos da coleção do Eliseu.
Parte das peças subtraídas é considerada patrimônio nacional e integra o acervo histórico utilizado em jantares de Estado, recepções oficiais e outros eventos diplomáticos realizados no palácio.
A prisão do funcionário aconteceu depois que os investigadores rastrearam os itens até os perfis de venda, o que levou à apreensão de diversas peças suspeitas de terem sido subtraídas. Fontes policiais também indicam que dois comparsas estariam envolvidos no esquema e devem responder no processo judicial em andamento.
Durante a investigação, os agentes localizaram mais de 100 objetos em posse dos suspeitos. Entre os itens recuperados estão panelas de cobre, taças de champanhe da marca Baccarat e porcelanas produzidas pela tradicional Fábrica de Sèvres, um dos principais e mais antigos fornecedores do Palácio do Eliseu e símbolo do luxo e da tradição da manufatura francesa.
O caso causou surpresa na França e levantou questionamentos sobre os mecanismos de controle interno no palácio, sede do governo francês e símbolo da República. Autoridades afirmaram que reforçarão as medidas de segurança para prevenir ocorrências semelhantes no futuro.
O suspeito será levado a julgamento por acusações que incluem furto qualificado e associação criminosa, em um processo que promete revelar detalhes sobre como o esquema se desenvolveu dentro de uma das instituições mais importantes do país. As peças recuperadas estão sendo examinadas para confirmar sua origem no acervo do Palácio do Eliseu.
