CPI do INSS aprova convocação e quebra de sigilos de Vorcaro, dono do Master

 

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A CPI do INSS aprovou a convocação do empresário Daniel Bueno Vorcaro, CEO do Banco Master S.A., e a quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telemático. As medidas foram apresentadas em requerimentos da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), em meio às investigações sobre fraudes em empréstimos consignados.

O pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal prevê o acesso a dados de todas as contas e operações de Vorcaro entre janeiro de 2016 e novembro de 2025, além de informações detalhadas de declarações tributárias, movimentações financeiras, rendimentos e registros em bases da Receita Federal. O COAF deverá produzir Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) para a comissão.

Outro requerimento aprovado autoriza a quebra do sigilo telemático do executivo, abrangendo dados e conteúdos de plataformas como Instagram, Facebook, WhatsApp, Gmail, Google Drive, YouTube, Telegram, iCloud e TikTok. As empresas deverão fornecer informações de mensagens, localização, contatos, fotos, vídeos, histórico de pesquisas, registros de acesso e metadados.

A CPI também aprovou a convocação de Vorcaro para depor como testemunha e explicar a atuação do Banco Master na oferta de crédito consignado a aposentados e pensionistas do INSS. Documentos enviados pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) mostram que a instituição figura entre as líderes de reclamações na plataforma Consumidor.gov.br nos últimos anos, especialmente por problemas ligados a crédito consignado, cartão consignado e reserva de margem consignável (RMC).

Vorcaro foi preso na Operação Compliance Zero, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, que investiga suspeitas de irregularidades no Banco Master. A prisão preventiva foi revogada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região em novembro, mas o executivo segue sujeito a medidas cautelares, como tornozeleira eletrônica, proibição de atuar no setor financeiro e restrição de viagens.

CPI do INSS apura possíveis fraudes em consignados, falhas de controle, atuação de empresas e agentes públicos no setor e eventuais crimes como lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa. Segundo os autores dos requerimentos, o acesso às informações financeiras e telemáticas de Vorcaro é considerado essencial para esclarecer o fluxo de recursos e identificar responsáveis pelas irregularidades investigadas.