Correios organizam plano de reestruturação com Programa de Demissão Voluntária

 

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O presidente dos Correios, Emanuel Rondon, apresentou, nesta segunda-feira (29) um programa de reestruturação da estatal, com medidas de curto, médio e longo prazos para tentar reverter o rombo que a empresa já acumula, estimado em R$ 6 bilhões.

Entre as medidas anunciadas está um Programa de Demissão Voluntária (PDV) que deve atingir cerca de 15 mil empregados. Desse total, 10 mil devem deixar a empresa em 2026 e outros 5 mil em 2027. O plano também prevê a revisão de cargos de alta remuneração, além de mudanças nos planos de saúde e de previdência dos funcionários.

Para aumentar as receitas, os Correios pretendem ampliar parcerias com o mercado. Emanuel Rondon não descartou, a possibilidade de transformar a empresa em uma sociedade de economia mista.

A privatização, ao menos por enquanto, está fora de cogitação, hipótese que já havia sido descartada pelo presidente Lula. Ainda assim, a estatal quer avançar em parcerias com a iniciativa privada para elevar a arrecadação e reduzir despesas.

Outro ponto do plano é a otimização da malha logística e o fechamento de unidades consideradas deficitárias. A previsão é encerrar cerca de mil agências, o equivalente a 20% das unidades próprias dos Correios, que hoje somam aproximadamente 6 mil em todo o país. O presidente da estatal garante, no entanto, que esses fechamentos não vão comprometer a universalização do serviço e que os Correios continuarão presentes em todos os estados e municípios.

A última etapa da reorganização envolve um diagnóstico do modelo organizacional e societário da empresa, previsto para o médio e longo prazos. Rondon não deu detalhes sobre essa fase, mas indicou que novas alternativas estão sendo estudadas.

Os Correios conseguiram recentemente um empréstimo de R$ 12 bilhões em uma parceria com bancos, mas ainda precisam captar outros R$ 8 bilhões. A meta é levantar até R$ 20 bilhões no próximo ano. O presidente da estatal também não descartou a possibilidade de um aporte direto do Tesouro Nacional. Essas decisões, no entanto, devem ficar para 2026.

Ao todo, a expectativa é cortar cerca de R$ 4 bilhões em gastos, além de aumentar as receitas em aproximadamente R$ 3 bilhões com a venda de imóveis e parcerias com o setor privado. Mesmo com essas medidas, Emanuel Rondon afirma que os resultados mais concretos só devem aparecer em 2027.

A projeção é que os Correios fechem 2025 com um rombo de até R$ 10 bilhões.