COP30: 90% dos países não sabem quanto gastam para enfrentar mudanças climáticas, diz TCU

 

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Dados divulgados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nesta terça-feira em um painel da COP30 mostram que 90% dos países não sabem quanto gastam para enfrentar mudanças climáticas. Os dados foram levantados pela plataforma ClimateScanner, coordenada pelo órgão de controle externo brasileiro e que já conta com a adesão de 141 países. Os resultados apresentados em Belém do Pará mostram ainda que quatro em cada dez países não têm planos efetivos para se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas.

— Passamos três anos juntando dados de mais de cem países e também internamente, no Brasil, e continuamos recebendo informações de nações que foram capacitadas para usar a metodologia e ainda estão coletando esses números. (...) Esses dados podem ser usados para auxiliar nossos governantes em uma melhor alocação de recursos e no aperfeiçoamento de políticas climáticas — explicou o presidente TCU, Vital do Rêgo.

Neste primeiro levantamento, foram analisados dados de 103 países, que juntos somam 3,1 bilhões de habitantes, com PIB per capita médio de US$ 13,1 mil e território de 61,8 milhões de quilômetros de extensão. Os auditores de cada nação participante avaliaram 62 ações dos governos voltadas para o combate às mudança do climáticas e identificaram que, apesar de avanços na estruturação de políticas climáticas, a maior parte dos países ainda enfrentam lacunas.

Entre elas, está o fato de que sete em cada dez países não possuem mecanismos adequados para monitorar o progresso das metas climáticas, sem conseguir saber se estão de fato investindo na solução dos problemas mais críticos e também planejar de forma efetiva as ações futuras. O trabalho identificou ainda que três em cada quatro nações enfrentam dificuldades para estimar os recursos necessários às ações climáticas, o que limita o acesso a fundos internacionais.

Há ainda falta de planos efetivos para de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, problema identificada em quatro em cada dez países. Entre os que têm, 70% foram considerados insuficientes. A pesquisa conclui ainda que as populações mais vulneráveis ficam de fora das políticas climáticas e metade dos países não têm clareza sobre como pretendem reduzir as emissões de gases que contribuem para a piora do clima.