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Conheça a Escola Paralímpica, representada por ex-aluna no Mundial de Natação no domingo

As atividades são oferecidas, de forma gratuita, a crianças e adolescentes com idades entre 7 e 17 anos e ocorrem no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, na Zona Sul da cidade de São Paulo. Começa neste domingo (21) o Mundial de Natação Paralímpica de 2025. O Brasil tem cinco estreantes na competição, com idades entre 17 e 23 anos. A formação de atletas com deficiência, no entanto, é desafiadora, porque há poucas oportunidades de iniciação, segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro. A organização atua, por meio da Escola Paralímpica de Esportes, para dar a crianças e adolescentes a chance de sonhar.
Os frutos do projeto já começam a ser colhidos. A nadadora mais jovem da equipe que vai disputar o Mundial, Alessandra Oliveira, de 17 anos, passou pela Escola Paralímpica. Nos Jogos Parapan-Americanos de 2023, ela conquistou a medalha de ouro, e agora a expectativa é pelo Mundial.
"Hoje foi dia de reconhecimento da piscina e de sentir o ritmo para a minha primeira participação neste Mundial. Estamos chegando na reta final da preparação, ajustando cada detalhe e vivendo a expectativa desse grande momento. A contagem regressiva já começou", escreveu no Instagram.
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O projeto foi desenvolvido após o Comitê Paralímpico Brasileiro apontar a escassez de oportunidades na iniciação e na prática de atividade física para pessoas com deficiência. A organização se baseou nessa constatação para criar a Escola Paralímpica de Esportes.
As atividades são oferecidas, de forma gratuita, a crianças e adolescentes com idades entre 7 e 17 anos e ocorrem no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, na Zona Sul da cidade de São Paulo. O programa tem, ainda, 83 polos espalhados pelo Brasil chamados de “Centros de Referência”, que aproveitam espaços esportivos para oferecer modalidades paralímpicas.
Os alunos são divididos em duas turmas: iniciação e transição. A professora Alessandra Almeida ensina os mais novos. Segundo ela, as aulas são dadas de forma lúdica para que as crianças se sintam mais confortáveis:
”Por exemplo, se a gente vai ensinar a criança a afundar: temos alguns brinquedinhos que colocamos no fundo da piscina e fazemos atividades que a estimulem a querer afundar e perder o medo. (Falamos) ‘Olha: vamos pegar a argolinha, vamos pegar o bichinho’. Aí, por exemplo, a gente tem umas ‘alguinhas’ que eu fiz com garrafa PET, e eu coloco lá no fundo e a gente fala que é o fundo do mar. Aí passa a criançada lá. Para elas perderem o medo e estimular (as crianças). Brincando.”
Conheça a natação da Escola Paralímpica
Um dos alunos da Alessandra é o Everton Andrade, de dez anos, que já se destaca na natação. Ele não sabia nadar quando chegou na Escola Paralímpica, três anos atrás, mas as atividades tiveram um papel fundamental na construção do sonho no esporte.
Everton conta que, em todos os finais de aula, a professora o ensinava e mostrava como faziam as pessoas que já nadavam. Ele diz querer ser um atleta e pensa em disputar grandes campeonatos e ganhar medalhas.
Everton Andrade com as argolas que recolheu na piscina durante a aula.
Matheus Leite/CBN
A ida para a turma de transição — com alunos que já estão mais próximos do alto rendimento — depende de alguns critérios. As professoras avaliam, principalmente, os índices de tempo e as habilidades técnicas dos jovens, como, por exemplo, execuções de nados.
A Victoria Martins, de 15 anos, faz parte do grupo. Ela conta que as rotinas de treinos são mais específicas e intensas nesse estágio:
“O treino é separado do começo até o fim do ano. No começo, a gente chama de base, que é onde vamos aprender técnicas, (e entender) o que precisa melhorar. Quando chegam as competições, vai subindo (o nível).”
Mundial de Natação Paralímpica de 2025
Lídia Cruz mostra medalhas conquistadas nos Jogos de Paris em 2024.
Reprodução
Ao todo, 29 atletas vão representar o Brasil no Mundial. Entre eles, está Lídia Cruz, de 27 anos. A medalhista da natação paralímpica nos Jogos de Paris em 2024 inspira jovens como a adolescente sonhadora que ela já foi.
“Eu comecei no esporte pela reabilitação. Aí viram que eu tinha um fôlego bom, e fui evoluindo. Quando eu vi, já estava sendo atleta. De repente, me vi nadando com pessoas que eu admirava, que participavam de Paralimpíadas, e disputando igual a essas pessoas. Acho que a Lídia de hoje em dia realiza sonhos, e não sonha somente."
Os atletas buscam superar a melhor campanha do país na História, conquistada na Ilha da Madeira, em Portugal, no ano de 2022. Na ocasião, a equipe ganhou 53 medalhas e ficou em terceiro lugar na classificação geral.