Condenado por assassinato de bebê durante 'exorcismo' vai a execução no Texas

Um homem de 35 anos deve ser executado por injeção letal ainda nesta quinta-feira, na penitenciária de Huntsville, no Texas, após ser condenado pela morte brutal da pequena Amora Carson, de 1 ano e 1 mês, filha de sua então namorada, Jesseca Carson. O crime ocorreu em dezembro de 2008 e ficou marcado pela crueldade e pelo argumento de que se tratava de um “exorcismo” para expulsar um demônio do bebê.
Sara Jane Moore: Morre mulher que tentou assassinar presidente dos EUA a tiros em 1975
Escada rolante, teleprompter e alto-falante: ONU abre investigação após Trump dizer ter sido alvo de sabotagem
Segundo a acusação, a criança foi submetida a cerca de 30 horas de tortura dentro do trailer onde o casal vivia. A autópsia constatou múltiplas fraturas no crânio, nos braços, pernas e costelas, além de marcas de mordidas por todo o corpo da menina.
O patologista responsável afirmou que não foi possível identificar uma única causa de morte, já que havia várias lesões potencialmente fatais, segundo informações da agência AP.
Durante o julgamento, os promotores sustentaram que Milam foi o responsável direto pelos ferimentos e ainda tentou ocultar provas. Eles também mencionaram uma confissão feita por ele a uma enfermeira após a prisão. Jesseca Carson, julgada separadamente, recebeu prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional pelo homicídio da filha.
A defesa de Milam insistiu que ele era inocente e apontou Jesseca como responsável, afirmando que ela sofria de delírios religiosos. “Foi Carson quem causou a morte da filha. Não há evidências credíveis de que Milam tenha desempenhado qualquer papel nisso”, sustentaram os advogados. O próprio condenado declarou que a namorada acreditava ver distorções malignas no rosto da criança e dizia que Amora estava possuída.
Nos recursos apresentados, a defesa também tentou contestar a validade das provas. Os advogados ainda alegaram que Milam teria deficiência intelectual, o que o tornaria inelegível para a pena de morte.
O gabinete do procurador-geral do Texas, porém, rejeitou os argumentos. Em nota, afirmou que as alegações já haviam sido examinadas em instâncias anteriores e que a revisão recente das provas “continua a vinculá-lo forensicamente ao corpo de Amora”.
Apesar de pedidos de clemência ao Conselho de Perdões e Liberdade Condicional do Texas e apelos à Suprema Corte dos EUA, todas as tentativas de suspensão da execução foram negadas. Milam já havia tido execuções agendadas em 2019 e 2021, mas ambas foram suspensas.
O promotor Micheal Jimerson, responsável pelo caso, afirmou que inicialmente as autoridades trataram o casal como pais enlutados, mas que o suposto exorcismo parecia uma forma de encobrir um crime hediondo.
— É... muito difícil encarar a ideia de que alguém buscaria satisfação na tortura de um bebê. Isso realmente nos diminui a todos, e é uma coisa muito, muito difícil de enfrentar — declarou.
Com a morte de Milam, essa foi a quinta execução realizada pelo Texas em 2025 e a 33ª nos Estados Unidos no ano. Até então, a Flórida liderava o país em números de execuções, com 12 já concretizadas.