
Comunidade judaica repudia evento pró-Hamas em sindicato dos professores

Um evento em São Paulo organizado pelo Partido da Causa Operária (PCO) homenageará os ataques de 7 de outubro de 2023, realizados pelo grupo terrorista Hamas em Israel.
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Marcado para a próxima terça-feira, 7, exatos dois anos depois do atentado, o evento será sediado no Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). O ato é divulgado como uma celebração de "um dos mais gloriosos dias da história da humanidade”.
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Para Ricardo Berkiensztat, presidente-executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), "é um absurdo fazer um evento comemorando assassinatos, sequestro de crianças, assassinatos e estupros". Segundo dados da Organização das Nações Unidas, mais de 1,2 mil pessoas foram mortas pelo Hamas. Além disso, cerca de 5,5 mil ficaram feridas. Os terroristas sequestraram ainda 251 pessoas.
“O PCO, infelizmente, enveredou para o caminho do apoio ao terrorismo aberto para tentar crescer a sua ínfima influência política”, afirma Berkiensztat. “Ele é um partido inexistente, que precisa de factoides para poder crescer.” O presidente da Fisesp também pediu que "a Justiça seja rápida o suficiente para impedir a comemoração de mortes".
Vereadora acionou o MPSP contra evento pró-Hamas
A vereadora paulistana Cris Monteiro (Novo) oficiou o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) a respeito da realização do evento. No documento, ela pede providência do órgão e afirma que a homenagem ao grupo terrorista pode gerar a “inflamação do discurso de intolerância” no Brasil.
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Ao MPSP, Cris também destaca o fato de a Academia Paulista de Letras (APL), em um primeiro momento, aceitar sediar o evento do PCO. A associação, no entanto, desistiu de sediar a homenagem ao Hamas, e afirmou que recusou a cessão do espaço "tão logo teve conhecimento do conteúdo e do caráter da referida manifestação".
Apesar da mudança, o PCO conseguiu remanejar a realização do evento para o Apeoesp. Ao anunciar o novo local, a sigla criticou a APL, diante do "apoio vergonhoso a Israel", e se colocou contra a "pressão sionista e criminosa que o imperialismo tenta fazer para censurar o ato"
O sindicato dos professores foi procurado pela reportagem, porém não respondeu sobre seu envolvimento com a homenagem ao Hamas. Sobre o ofício ao MPSP, Cris Monteiro afirmou a Oeste que o órgão “nem acusou o recebimento”.
Para a vereadora, “é revoltante” que o Apeoesp “seja conivente com a realização de um evento que comemora um ataque terrorista”. “Celebrar a morte de inocentes é um ultraje à democracia", disse Cris. "Ultraje à paz e aos valores que deveriam orientar a formação de nossos jovens.”
Procurado pela reportagem, o MPSP também não respondeu sobre o ofício da vereadora. O espaço, porém, segue aberto. Segundo Cris, ela encaminhará o ofício para a Promotoria de Justiça da Cidadania “e tentará outros canais” para mudar a situação.
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