Como será a sessão que vai decidir sobre a soltura ou não de Bacellar?

 

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A votação sobre a soltura do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, será aberta e com voto nominal. A sessão para soltar o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, deve ser marcada para a tarde desta sexta-feira (5). Essa é a tendência caso sejam respeitados os prazos de envio do processo do STF para a Alerj.

Um parecer será emitido pela Procuradoria da Casa. Na sequência, a Comissão de Constituição e Justiça faz uma análise em reunião convocada com prazo de 24 horas e vota um projeto de resolução recomendando ou não a soltura de Bacellar. Nos bastidores, a tendência é que pelo menos 40 votos favoráveis.

Presidente da comissão, o deputado Rodrigo Amorim (União) afirmou ao CBN Rio que o momento é de "respeito às instituições".

"Não cabe ilação, análise de mérito sobre a decisão, nada. A Constituição precisa ser observada e ela diz que a palavra é dos deputados. O plenário será soberano".

Amorim disse ainda que não vai permitir discussão de contexto eleitoral durante os debates. Segundo ele, a Alerj não pode parar.

"Temos debates importantes antes do recesso. A adesão do estado do Rio ao Propag, a votação do orçamento de 2026, e uma série de mensagens que precisam ser votadas", afirmou.

Bacellar é quinto presidente da Alerj a ser preso

Quem é Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, preso em operação da Polícia Federal?

Entenda o caso:

O deputado estadual Rodrigo Bacellar, que integra o União Brasil, é o quinto presidente da Assembleia Legislativa do Rio a ser preso. Ele foi alvo de um mandado de prisão preventiva nesta quarta-feira, suspeito de vazar informações sobre a operação que prendeu outro político, o TH Joias, em setembro.

A ação se insere no contexto da decisão do Supremo Tribunal Federal no âmbito do julgamento da ADPF 635/RJ (ADPF das Favelas) que, dentre outras providências, determinou que a Polícia Federal conduzisse investigações sobre a atuação dos principais grupos criminosos violentos em atividade no estado e suas conexões com agentes públicos.

Relembre o caso de TH Joias

TH Joias, deputado estadual

Julia Passos /Alerj

A Polícia Federal prendeu, em setembro, o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, do MDB. O parlamentar é suspeito de tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, além de negociar armas para o Comando Vermelho. Ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal, Ministério Público do Rio e Polícia Civil.

O partido MDB decidiu expulsar o parlamentar após tomar conhecimento da operação. Em nota, a sigla afirmou que o deputado "já não seguia a orientação partidária em seus posicionamentos e votações na Assembleia Legislativa do Rio". Nas redes sociais, TH se apresentava como Secretário Executivo do MDB.

Além dele, outras duas pessoas foram presas pelo MP: o assessor do parlamentar, Luiz Eduardo Cunha Gonçalves; e o traficante Gabriel Dias de Oliveira.

As investigações identificaram um esquema de corrupção envolvendo TH, chefes do Comando Vermelho e outros agentes públicos, incluindo um delegado da PF, policiais militares e o ex-secretário Alessandro Pitombeira Carracena, que foi preso nesta manhã. Carracena já foi secretário na Secretaria Municipal de Ordem Pública, subsecretário de defesa do consumidor e Secretário Estadual de Esportes por um curto período, em 2022. No mesmo ano, ele foi acusado de defender o nazismo.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, os acusados mantêm vínculos com a facção criminosa Comando Vermelho, atuando nos Complexos da Maré e do Alemão e na comunidade de Parada de Lucas, na Zona Norte do Rio. O grupo é acusado de intermediar a compra e venda de drogas, fuzis do Paraguai e equipamentos antidrones da China usados para dificultar operações policiais nessas áreas. Todos os materiais também seriam revendidos para facções rivais. As investigações identificaram ainda movimentações financeiras suspeitas envolvendo empresas ligadas a TH Joias, indicando a prática de lavagem de dinheiro.

Para o MP, o deputado usou o mandato para favorecer o Comando Vermelho, inclusive com nomeação para cargos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).