Como os torcedores de Flamengo e Palmeiras em Lima estão em busca de (re)viver sensações na final da Libertadores
Qual é a sensação desejada por uma pessoa que se mobiliza para ir a outro país só para ver seu time em uma final de Libertadores? A obsessão pela glória está no coração de cada torcedor, seja aqueles que já estiveram em decisões anteriores, com a alegria do título ou o amargor de um vice-campeonato. Presente em Lima para a final do torneio, neste sábado, entre Palmeiras e Flamengo, o GLOBO foi atrás dessas histórias na capital peruana, para entender o que se busca em uma aventura a milhares de quilômetros de casa.
Michel Toledo, rubro-negro
O sentimento é indescritível. Eu sinto aqui, hoje, a presença do meu falecido pai. Ele me ensinou a ser Flamengo. Esse sonho eu estou realizando não só por mim. Onde ele possa estar, me vendo lá, está feliz por acompanhar. O Flamengo vai ser tetracampeão. O sentimento é indescritível. Agradecer a Deus pela oportunidade de estar aqui. Gratidão.
Michel Toledo, torcedor rubro-negro na final da Libertadores
Davi Ferreira
João Lourenço, criador de conteúdo e social media palmeirense
O sentimento é o mesmo de todos que estão aqui. Meu desejo é que sábado seja o melhor dia da minha vida, junto com os meus amigos. E o principal sentimento para mim é o orgulho de poder representar muita gente que queria estar aqui. Os torcedores do Palmeiras que vieram, muita gente tem condição de vir sempre, outros fizeram um esforço sobrenatural. Todas essas histórias se condensam no orgulho de poder representar quem queria estar aqui. Foi o que eu senti em Montevidéu. Quando eu vejo vídeos do que a torcida do Palmeiras fez, fico com orgulho. Eles estavam lá por mim. Quero ser uma dessas pessoas aqui em Lima.
Greg, Rodrigo e João, torcedores do Palmeiras na final da Libertadores
Davi Ferreira
Tiago Andrade, publicitário rubro-negro
Ainda não sei descrever, é minha primeira final aqui. Virou a chavinha da emoção. O que quero sentir é ser campeão aqui e ter esse sabor de ser campeão vendo meu time ser o maior campeão brasileiro da Libertadores. Estou aqui com meus amigos, com meu irmão. Estão sempre no Maracanã comigo, e é uma sensação que eu quero ter. Estou muito nervoso agora.
Tiago, Lucas e Gabriel, torcedores do Flamengo na final da Libertadores
Davi Ferreira
Maurício Haddad, engenheiro palmeirense
Se você é palmeirense, não pode ser cardíaco. Porque realmente a quantidade de emoção é muito grande. Vivemos sempre a expectativa. Mas, da mesma maneira que a gente chegou nessa final, depois dos 4 a 0 (contra a LDU), que ninguém acreditava, estamos aqui agora. Tem gente que não acredita ainda, mas, depois do sábado a noite, você pode botar na reportagem que o Palmeiras vão ser campeão mais uma vez. Vai ser campeão três vezes nas mãos do meu querido amigo portuga (Abel Ferreira). Essa é a nossa expectativa, estamos emocionados. Meu filho e minha esposa aqui. Vamos ganhar.
Maurício Haddad e a família palmeirense na final da Libertadores
Davi Ferreira
Juan, técnico de operações rubro-negro
Estou representando todos os petroleiros em Lima. Tenho quatro eliminações jogando fora de casa, contra o Internacional (Copa do Brasil 2009), Atlético-MG (Copa do Brasil de 2014), o mesmo Palmeiras (Libertadores de 2021) e de novo o Atlético (Copa do Brasil de 2025). Espero quebrar hoje essa mandinga, essa urucubaca. Em 2021, eu queria o título e não consegui. E em 2019, eu nunca pensei que o Flamengo ia chegar numa final de Libertadores. Olhei na tabela e, no dia 1º de dezembro, ia ser Flamengo x Palmeiras. Não liguei e só me programei para estar no Allianz Parque, e comprei uma passagem para Fortaleza. Nesse dia, eu estava em Fortaleza, totalmente arrependido. Esse é o maior arrependimento da minha vida. Minha maior alegria é a minha filha, e meu maior arrependimento é não ter vindo em 2019. Mas Deus nos dá sempre uma segunda oportunidade. O que eu espero é um erro do Andreas Pereira e gol do Juninho, vocês sabem.
Juan, torcedor rubro-negro na final da Libertadores
Davi Ferreira
Maisa Ferreira, estudante palmeirense
Vim aqui com a minha mãe, que é flamenguista, e espero que o Palmeiras vença, de 2 a 1. Que levemos essa taça para casa. É uma sensação muito legal de estar aqui. É minha primeira vez assistindo a uma final. Junto com a minha mãe, já assistimos outros jogos, mas não uma final. E é muito gratificante estar aqui.
Maisa, palmeirense, e Tatiane, mãe rubro-negra, na final da Libertadores
Davi Ferreira
Lucas Andrade, publicitário rubro-negro
Eu vim para ser o maior campeão brasileiro da Libertadores. Eu acho que essa sensação é indescritível. Ninguém sabe o que é. Talvez o são-paulino saiba, quando eles foram tri. Mas nós vamos saber o que é ser o maior no sábado.
Greg Marin, empresário palmeirense
Eu só espero poder beijar muito a careca do meu pai, abraçar os meus. Conquistar mais uma (Libertadores), se Deus quiser. É uma sensação indescritível, conquistar a América. Poder desfrutar desse momento único. É inexplicável, uma coisa que transcende. O futebol é inexplicável. E é um amor que une pessoas que você acaba conhecendo na hora. Então, estar vivendo isso aqui de novo... só tenho a agradecer.
Gabriel Gusmão, criador de camarão rubro-negro
Naquele dia, a gente cresceu no jogo, estava melhor, e acabou perdendo por um acaso. Foi uma frustração grande, mas a torcida estava tomando Montevidéu, e está tomando Lima. Mais gente dessa vez, eu senti que as ruas estão mais "apinhadas" de flamenguistas. Agora, estamos mais preparados, melhor, e espero sair com a vitória e com o troféu. E a vingança completa, feita. É a maior conquista que a gente pode sonhar. Claro que tem o Mundial. Mas acho que é uma conquista mais próxima da nossa realidade no futebol sul-americano. Todo mundo vem com o mesmo sonho.
Gabriel Gusmão, torcedor rubro-negro na final da Libertadores
Davi Ferreira
Rodrigo Virti, criador de conteúdo e publicitário palmeirense
Eu vim no 4 a 0 nas oitavas, aqui em Lima (contra o Universitario). Queria que o Palmeiras jogasse igual, se possível. Mas vai ser praticamente impossível, por se tratar de uma final, de um jogo gigantesco. Mas se o Palmeiras tiver o mesmo êxito que tivemos em Montevidéu... que dê tudo certo e Montevidéu seja o segundo melhor dia da minha vida. Para que o primeiro seja sábado (hoje).
