Com radares desligados, aviões de combate dos EUA voltam a sobrevoar a Venezuela após alerta de Trump sobre novas ações militares
Aviões de combate dos Estados Unidos voltaram a ser registrados na noite desta sexta-feira sobre a costa da Venezuela. As aeronaves teriam operado inicialmente com os radares ligados, que teriam sido desligados pouco depois, segundo dados de rastreamento.
Veja o vídeo da ação: EUA apreendem petroleiro na costa da Venezuela, afirma Trump
Entenda: Petroleiro apreendido pelos EUA na costa da Venezuela integrava frota clandestina ligada ao Irã e falsificava localização
Plataformas de monitoramento aéreo, como o Flightradar24, indicaram que cinco aviões EA-18G Growler, da Marinha americana, sobrevoaram áreas próximas ao território venezuelano. Usuários de redes sociais também compartilharam imagens que mostrariam uma das aeronaves sobre Los Roques, arquipélago no Caribe venezuelano.
As manobras ocorreram após declarações do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que afirmou que ataques terrestres "começariam a acontecer". Trump defendeu operações militares anteriores no Mar do Caribe e anunciou uma nova etapa, com foco em ações em terra.
Com radares desligados, aviões de combate dos EUA voltam a sobrevoar a Venezuela após alerta de Trump sobre novas ações militares
Reprodução
Inicialmente direcionadas à Venezuela, as declarações foram ampliadas para outros países da região. Trump afirmou não descartar a extensão das ações militares a outras nações latino-americanas e disse que qualquer país que produza e venda drogas aos Estados Unidos é "sujeito a ataques".
Com radares desligados, aviões de combate dos EUA voltam a sobrevoar a Venezuela após alerta de Trump sobre novas ações militares
Reprodução
Na última segunda-feira (9), dois caças F-18 dos Estados Unidos chegaram a entrar no espaço aéreo venezuelano sobre as águas do Golfo da Venezuela por cerca de 40 minutos, segundo registros do Flightradar24.
O sobrevoo ocorreu por volta do meio-dia (horário local), em uma área do golfo localizada a cerca de 160 quilômetros a nordeste de Maracaibo, a segunda cidade mais populosa do país.
Com radares desligados, aviões de combate dos EUA voltam a sobrevoar a Venezuela após alerta de Trump sobre novas ações militares
Reprodução
Os dois aviões, identificados como F-18 da variante F — modelo biplace —, realizaram manobras repetidas em espiral antes de seguir rumo ao norte, até um ponto a cerca de 50 quilômetros a oeste da ilha de Aruba. A avaliação é que, na região, estivesse o porta-aviões USS Gerald Ford, o maior e mais avançado da frota americana.
Initial plugin text
Trump afirmou que, durante sua gestão, houve uma "redução histórica das drogas" a níveis sem precedentes. Segundo ele, a política resultou no "salvamento de 25.000 vidas" de americanos e garantiu que "todas as embarcações" que tentaram levar drogas ao país "foram interceptadas".
"Mas eliminamos 96% das drogas que entravam por via marítima. E agora estamos começando por terra, e por terra é muito mais fácil. E isso vai começar a acontecer, e não vamos permitir que as pessoas destruam nossa juventude, destruam nossas famílias", disse o ex-presidente.
Sobre o alcance das operações, Trump afirmou que elas não se restringem ao território venezuelano. Segundo ele, o foco está nas "pessoas horríveis responsáveis por introduzir drogas e causar mortes" nos Estados Unidos, destacando que o alvo não é um país específico, mas aqueles que "traficam drogas para" a nação americana.
Reação do governo venezuelano
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, reagiu às movimentações e declarou que os Estados Unidos "querem" e "pretendem" fazer "uma guerra na América Latina e no Caribe".
"O povo dos Estados Unidos deve entender que seu governo é um instrumento para a guerra. (...) Pretende-se fazer uma guerra na América Latina e no Caribe", afirmou Padrino López durante evento em comemoração aos 47 anos do Comando de Defesa Aeroespacial Integral, transmitido pela emissora estatal Venezolana de Televisión (VTV).
Segundo o ministro, Washington também busca "novamente devolver em sacos, em bolsas pretas e em urnas, cidadãos contribuintes, jovens da sociedade norte-americana", em referência a possíveis perdas humanas em um conflito.
Apesar das críticas, o chefe militar afirmou que a Venezuela segue "clamando por paz", mas ressaltou que o país permanece "erguido" e em "rebeldia" diante do que classificou como a "ação nefasta" do "imperialismo norte-americano".
