Com novos alertas para esta terça, temporais já deixaram rastro de destruição, feridos e morte em SP e no Sul
Em meio a um alerta para grandes tempestades que persiste nesta terça-feira em cinco estados das regiões Sudeste e Sul, fortes temporais vêm deixando um rastro de destruição desde o fim de semana. Em Hortolândia, no interior de São Paulo, uma jovem de 26 anos morreu depois que seu carro foi arrastado por uma enxurrada no domingo. No mesmo dia, uma ocorrência de chuva de granizou deixou 110 feridos e afetou 17 mil moradores em Erechim, no Rio Grande do Sul.
Em Santa Catarina o aguaceiro provocou alagamentos e danos em pelo menos 32 municípios até a noite de segunda-feira. Já no Sudoeste de Goiás os ventos superaram os 90km/h e chegaram a derrubar estruturas, como a queda da cobertura de um posto de gasolina.
Segundo a prefeitura de Hortolândia, Joicilene de Oliveira Pacheco estava no interior de um automóvel que acabou levado pela correnteza durante o temporal. Vídeos que circularam pelas redes sociais mostram que a jovem chegou a pedir ajuda, mas já estava em óbito quando foi localizada pelos socorristas.
— O carro foi girando, indo em direção do rio. Aí passou por cima da ponte e o carro chegou a ficar submerso. Foi uma situação muito triste, terrível — contou ao portal g1 o caseiro Marcos Costa, que tentou ajudar a vítima durante o alagamento. — Já viemos com uma corda. Eu fui pedir para ela sair do carro, que estava com o vidro aberto. Ela falou assim: “Eu não sei nadar, não sei nadar”. Eu disse: “Sai do carro que a gente te pega”.
Situação de emergência
A prefeitura de Erechim precisou decretar situação de emergência por conta dos desdobramentos da tempestade. Um balanço da Defesa Civil divulgado ainda pela manhã apontou que 73 pessoas foram atendidas no Hospital Santa Terezinha, outras 15 no Hospital de Caridade e mais 25 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A imprensa local reportou que ao menos 20 bairros foram atingidos por pedras de gelo, deixando pelo menos 19 pessoas desabrigadas, além dos danos a 54 prédios públicos do município.
De acordo com a prefeitura, 15 escolas municipais, 20 estaduais, 12 unidades básicas de saúde (UBS), três Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e três Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) sofreram danos, além da sede da Secretaria municipal de Saúde. As aulas foram canceladas nessa segunda.
— Muitos sofreram danos que vão precisar ser arrumados — destacou, em vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito Paulo Polis, no qual anunciou a distribuição de lonas para moradores afetados. — Não vai ser simples, mas nós vamos passar essa travessia e vamos nos recuperar. Vamos juntos.
Já em Santa Catarina, as chuvas intensas que começaram ainda no sábado impactaram mais de 360 casas. Ao todo, pelo menos 148 pessoas precisaram deixar suas residências até o fim da tarde de segunda.
O canal de acesso ao Porto de Itajaí, o mais importante do estado, chegou a ser fechado às 8h30m pela Marinha devido aos ventos intensos. O espaço só foi reaberto quase oito horas depois, após avaliação da corporação.
Em Luiz Alves, no Vale do Itajaí, casas inteiras chegaram a ficar submersas. O município mais atingido, porém, foi Joinville, no Norte do estado, com 200 imóveis afetados e cem moradores desalojados.
Em Goiás, o foco do temporal foi Rio Verde. Em poucos minutos, rajadas de vento que chegaram a 91,8km/h e um volume de água muito acima do esperado derrubaram estruturas, alagaram ruas e interromperam diferentes serviços a partir do início da tarde.
Um vídeo mostra o momento em que a cobertura de um posto de combustíveis desabou na cidade do Sudoeste goiano. Em outra área, o vendaval derrubou o telhado e parte da estrutura de uma empresa. Vídeos mostram carros sendo sendo levados pelos alagamentos.
Rajadas de até 100km/h
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) relatou o risco de chuvas intensas, ventos fortes e queda de granizo em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Os quatro estados estão no chamado alerta vermelho para grande perigo de tempestades.
As condições são piores na área litorânea dessas regiões, onde os acumulados podem chegar a 100 milímetros de precipitação, além de rajadas de vento acima de 100 km/h. O órgão alerta para o risco de danos em edificações, corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores, alagamentos e transtornos no transporte rodoviário. (Com G1)
