Com governo sob pressão, CPI do Crime Organizado se reúne para definir presidente e relator
A CPI do Crime Organizado começou nesta quarta-feira a reunião de instalação para definir o comando do colegiado criado para investigar a atuação de facções e milícias em todo o país. Há uma disputa entre governo e oposição. O PT tenta emplacar o senador Fabiano Contarato (PT-ES) na presidência e articulou trocas de última hora entre os membros do colegiado para conseguir ter metade dos votos. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) que era considerado o “fiel da balança” pelos oposicionistas foi substituído por Angelo Coronel (PSD-BA).
A oposição, que até então articulava a candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à presidência, chegou nesta terça-feira, com a tentativa de emplacar o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Para eles, Mourão teria menos resistência do que Flávio entre os governistas e poderia ter chance.
A relatoria do colegiado deverá ficar com o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do pedido da CPI e um parlamentar de centro.
Autorizada por Davi Alcolumbre (União-AP), a comissão terá 180 dias de funcionamento, prorrogáveis por igual período. Além de Flávio Bolsonaro, compõem o grupo nomes como Sergio Moro (União-PR), Magno Malta (PL-ES), Marcos do Val (Podemos-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE), todos críticos ao Planalto.
No Planalto, a avaliação é de que a CPI pode produzir desgaste superior ao da comissão do INSS, instalada em setembro e dominada por independentes. Assessores de Lula temem que a pauta de segurança seja capturada pela direita, especialmente após a operação que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio.
