Colômbia aposta na tecnologia de drones para conter explosão na produção de cocaína
A Colômbia anunciou que voltará a utilizar a pulverização aérea para destruir plantações de coca, mas desta vez utilizando drones de alta tecnologia. A decisão, confirmada pelo Ministro da Justiça, Andrés Idárraga, marca uma mudança significativa na estratégia do país, que havia banido o uso de aviões para essa finalidade em 2015. Na época, a suspensão ocorreu após a Organização Mundial da Saúde classificar o glifosato como um possível agente cancerígeno, gerando preocupações sobre a saúde das comunidades rurais e o impacto ambiental em ecossistemas sensíveis.
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O novo plano prevê o início das operações já nesta semana, focando em regiões controladas por grupos rebeldes e gangues que coagem camponeses ao cultivo ilícito. O uso de drones é visto como uma alternativa mais segura para as forças de segurança, que enfrentam sérios riscos na erradicação manual, como o enfrentamento direto com grupos armados e a presença de minas terrestres ao redor das plantações. Segundo o governo, os drones operarão a uma altitude muito baixa, cerca de 1,5 metro do alvo, o que permitiria uma aplicação precisa do herbicida, evitando a contaminação de fontes de água e de lavouras legais vizinhas.
Essa mudança de postura do governo de Gustavo Petro ocorre em um momento de isolamento diplomático e pressão crescente vinda de Washington. O governo Trump recentemente incluiu a Colômbia em uma lista de países que não cooperam plenamente na guerra contra as drogas, uma classificação que o país não recebia há quase três décadas. A tensão escalou com a imposição de sanções diretas a Petro e ameaças de intervenções mais severas, enquanto os Estados Unidos alegam que a falta de medidas de erradicação permitiu que os cartéis florescessem e a produção de cocaína atingisse níveis históricos.
Embora o governo de Gustavo Petro tenha inicialmente priorizado o apoio aos camponeses e a substituição voluntária de cultivos, a intensificação dos ataques de grupos guerrilheiros financiados pelo tráfico forçou uma resposta mais rígida. O Ministério da Justiça defende que o método dos drones é eficiente, sendo capaz de limpar um hectare a cada meia hora, e representa uma tentativa de equilibrar a necessidade de destruir a matéria-prima do tráfico com o compromisso de minimizar danos ambientais e sociais que as antigas pulverizações por aviões causavam.
