
Clara Maria: acusados por morte de jovem concretada no chão em BH serão levados a júri

Os dois suspeitos de assassinar a jovem Clara Maria Venancio Rodrigues, de 21 anos, cujo corpo foi encontrado concretado na parede de uma casa em Belo Horizonte, em março deste ano, vão a júri popular. A decisão foi proferida nesta quinta-feira pelo Juízo da 1º Sumariante do Tribunal do Júri da Comarca da capital mineira, que também manteve a prisão preventiva dos acusados. A data das sessões de julgamento ainda não foi marcada.
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As investigações mostraram que Thiago Schafer Sampaio, ex-colega de trabalho da vítima, a atraiu até o local do crime com a promessa de quitar uma dívida no valor de R$ 400. Após chegar na residência, Clara foi morta pelo rapaz com um mata-leão, com a ajuda do amigo Lucas Rodrigues Pimentel.
O crime aconteceu em 9 de março, quando Clara foi dada como desaparecida. Thiago e Lucas foram presos no dia 13 do mesmo mês e confessaram participação na morte. Os dois respondem por feminicídio por motivo torpe e por meios que dificultaram a defesa da vítima, vilipêndio de cadáver, abuso de animal doméstico, ocultação de cadáver e furto qualificado.
Um terceiro homem, amigo da dupla, também chegou a ser detido, mas foi liberado ainda na delegacia. Não ficou comprovada a participação dele no crime.
Motivação do crime
Em depoimento à polícia, Thiago e Lucas deram versões diferentes quanto ao que pode ter motivado o crime, segundo contaram os delegados da Polícia Civil de Minas Gerais em coletiva de imprensa.
Thiago, que era ex-colega de trabalho de Clara Maria, relatou ter ficado com ciúmes da jovem quando a viu em uma cervejaria com um namorado. Já Lucas disse ter ódio da jovem desde que foi repreendido por ela após fazer apologia ao nazismo.
A denúncia destacou que os réus tinham "menosprezo" pela vítima, pelo fato de ela ser mulher. Para a acusação, o perfil independente e "empoderado" de Clara Maria levou os acusados a ficarem "incomodados" e nutrirem "ódio" pela jovem.
Segundo a polícia, a dívida de R$ 400 não teria sido o motivo do assassinato, mas o meio usado para atrair a jovem até a casa onde o crime aconteceu:
— A Clara já tinha dado a dívida como perdida, apesar de o dinheiro que ela ganhava ajudar a pagar o aluguel. Ela disse que não queria mais contato com ele — disse o delegado Alexandre da Fonseca, ao jornal O Tempo, na época das prisões.
No dia do assassinato, um domingo, o suspeito procurou Clara Maria e disse que pagaria a dívida. Ele a convenceu a ir até a sua residência, onde estaria o dinheiro. No local, a jovem sofreu um mata-leão e morreu estrangulada em seguida. Ela foi enterrada e concretada no imóvel apenas na noite de segunda-feira. O corpo foi encontrado na quarta.
Aos policiais, os suspeitos afirmaram que o objetivo era roubar o celular de Clara Maria e acessar as contas bancárias da jovem. A versão, no entanto, é vista com descrença pelos investigadores, já que a mulher foi assassinada logo ao entrar na casa. Seria necessário que ela passasse as senhas do celular para que os suspeitos conseguissem cometer o roubo, afirmaram os policiais.