Ciro Nogueira desfaz acordo no Paraná e anuncia que PP não homologará candidatura de Moro a governador
O presidente do PP, Ciro Nogueira, afirmou nesta segunda-feira que o diretório paranaense da sigla não vai homologar a candidatura do senador Sergio Moro (União-PR) ao governo estadual, abrindo um racha na federação União Brasil–P. A declaração, dada após reunião interna, ocorre na sequência de uma debandada no estado.
— Participei da deliberação, e o PP no Paraná não vai homologar o nome do candidato Moro. Precisamos dialogar isso com a federação. Esse é o estado mais importante para mim, o nosso principal diretório, e o único onde ainda há discussão.
Ainda não é certo se o União Brasil seguirá o mesmo caminho do PP. Uma ala da legenda está com Moro, mas interlocutores de António Rueda, presidente da sigla, relatam resistências. Sergio Moro foi procurado pelo GLOBO, mas não se manifestou.
Segundo Ciro, os caciques locais ainda decidirão qual será o rumo adotado. Ele deixou em aberto a possibilidade de lançar uma candidatura própria, que seria a ex-governadora Cida Borghetti. Outra hipótese seria apoiar o projeto de Ratinho Júnior (PSD).
Nos bastidores, aliados apontam que o caminho será junto ao governador, que trabalha para eleger como sucessor o secretário estadual de Cidades, Guto Silva. O acerto que está sobre a mesa prevê que o grupo possa indicar o vice na chapa de Silva, numa tentativa de recompor alianças e conter a perda de quadros.
A pré-candidatura de Moro provocou um impacto imediato na estrutura da federação no Paraná. Cerca de 60 prefeitos se desfiliaram do União e PP nos últimos meses, e dois deputados federais deixaram as siglas — Filipe Francischini, ex-União, e Pedro Lupion, que migrou do PP para o Republicanos.
A avaliação interna é que manter Moro na disputa aprofundaria o isolamento político da federação e prejudicaria o desempenho das chapas proporcionais em 2026, razão pela qual a cúpula passou a defender uma reorganização.
