Cientistas usam dente do T.rex para reconstruir o ar que dinossauros respiravam

 

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Uma equipe de cientistas de diferentes universidades da Alemanha analisou o esmalte dos dentes de Tyrannosaurus rex e outras espécies de dinossauros para reconstruir o ar que esses répteis respiravam. Os resultados da pesquisa foram divulgados nesta segunda-feira (4) no periódico científico PNAS. Os 6 dinossauros mais caros já leiloados como item raro e quanto custou cada um Quanto tempo leva para um fóssil se formar? Fóssil de dinossauro é arrematado por US$ 30,5 milhões e faz dele o 3º mais caro O estudo apontou que a atmosfera durante a era Mesozoica — entre 252 e 66 milhões de anos atrás — continha muito mais dióxido de carbono do que o verificado atualmente. Para isso, os pesquisadores das universidades de Göttingen, Mainz e Bochum analisaram isótopos de oxigênio no esmalte dentário de dinossauros encontrados na América do Norte, África e Europa. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Os fósseis estudados datam do final do período Jurássico — há cerca de 150 milhões de anos — e do final do Cretáceo — entre 73 e 66 milhões de anos atrás. Dente de T.rex analisado pelos pesquisadores (Reprodução/Universidade de Göttingen) Por que analisar o esmalte dos dentes? Os cientistas optaram por estudar o esmalte dentário porque ele é um dos materiais biológicos mais estáveis. Ele registra, de forma duradoura, diferentes isótopos de oxigênio que os dinossauros inalavam a cada respiração. Além disso, a proporção desses isótopos é diretamente influenciada pelas variações na concentração de dióxido de carbono atmosférico e pela fotossíntese das plantas. Esses fatores permitem que os pesquisadores obtenham informações sobre o clima e a vegetação de milhões de anos atrás. “Nosso método nos oferece uma visão completamente nova do passado da Terra. Ele abre a possibilidade de usar esmalte dentário fossilizado para investigar a composição da atmosfera da Terra primitiva e a produtividade das plantas naquela época. Isso é crucial para a compreensão da dinâmica climática de longo prazo”, ressalta em cominicado o Dr. Dingsu Feng, autor principal do estudo e cientista do Departamento de Geoquímica da Universidade de Göttingen. Maior concentração de dióxido de carbono Fóssil de Kaatedocus siberi alvo dos estudos dos cientistas alemães (Reprodução/Aathal Dinosaur Museum) A pesquisa mostrou que, no final do período Jurássico, o ar atmosférico continha cerca de quatro vezes mais dióxido de carbono do que antes de os humanos passarem a emitir grandes quantidades de gases do efeito estufa. No final do período Cretáceo, o nível de dióxido de carbono era aproximadamente três vezes maior do que antes da industrialização. Outra conclusão do estudo foi que dentes individuais de um Tyrannosaurus rex e de um Kaatedocus siberi apresentavam uma composição incomum de isótopos de oxigênio. Isso indicou picos de CO₂ na era dos dinossauros, possivelmente relacionados a erupções vulcânicas. A maior taxa de fotossíntese por plantas terrestres e aquáticas também estava associada a concentrações elevadas de dióxido de carbono e a temperaturas médias mais altas. Confira o estudo na íntegra no PNAS. Leia mais:  Osso de 850 mil anos revela que parente humano arcaico e canibal comia crianças Parentes do T. Rex dançavam para atrair parceiros em uma arena de acasalamento Fóssil dinossauro mordido por crocodilo há 76 milhões de anos é encontrado VÍDEO | ROBÔ TARTARUGA   Leia a matéria no Canaltech.