
Cientistas inovam na bateria de carro elétrico e dão sinal verde ao lítio-metal

No último dia 3, em estudo publicado na revista Nature Energy, cientistas sul-coreanos anunciaram um avanço que pode transformar o futuro dos carros elétricos. A pesquisa apresentou uma nova tecnologia de bateria de lítio-metal, capaz de oferecer viagens de até 800 km (500 milhas) com apenas 12 minutos de recarga. Carro elétrico emite 2,5 vezes mais CO₂ do que veículo movido a biocombustível Greenwashing | 85% das alegações ambientais em produtos no Brasil são enganosas A maioria dos carros elétricos atuais utiliza baterias de íons de lítio, que contam com um ânodo de grafite. Já as baterias de lítio-metal substituem o grafite por lítio metálico, aumentando significativamente a densidade de energia, ou seja, a quantidade de energia armazenada em relação ao peso ou volume da bateria. Na prática, isso significa veículos que rodam mais quilômetros por carga e recarregam em menos tempo. No entanto, até agora, havia um obstáculo: a formação de dendritos, estruturas cristalinas que crescem no ânodo durante a recarga, degradando a bateria e elevando o risco de curto-circuito. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- O truque químico que resolveu o problema Cientistas inovam na bateria de carro elétrico e dão sinal verde ao lítio-metal (Imagem: Michael Marais/Unsplash) A equipe da Korea Advanced Institute of Science and Technology (KAIST) descobriu que os dendritos surgem devido à deposição irregular de íons na superfície do lítio. Para corrigir isso, os cientistas desenvolveram um novo eletrólito líquido “inibidor de coesão”, que distribui os íons de forma mais uniforme. Nos testes de laboratório, as baterias alcançaram 70% de carga em 12 minutos e mantiveram esse desempenho por mais de 350 ciclos de recarga. Versões de maior capacidade chegaram a 80% em 17 minutos, com estabilidade em 180 ciclos. Além disso, a vida útil estimada supera os 300 mil km de rodagem, número competitivo com as tecnologias atuais. Segundo o professor Hee Tak Kim, coautor do estudo, a pesquisa estabelece “a base para superar os maiores desafios do lítio-metal”. Com esse avanço, especialistas acreditam que a tecnologia pode, finalmente, ser aplicada em larga escala, acelerando a transição para veículos elétricos mais acessíveis, rápidos de carregar e com autonomia digna de longas viagens. Leia também: “Bateria de água” tem baixo custo de produção e pode ser reciclada Casa com bateria é a próxima solução para economia de energia no Brasil; entenda VÍDEO | Porque carros elétricos NUNCA serão uma realidade no Brasil Leia a matéria no Canaltech.