Cidade de São Paulo bate recorde de feminicídios em 2025
A cidade de São Paulo registrou, entre janeiro e outubro deste ano, 53 feminicídios, o maior número desde o início da série histórica, em abril de 2015. Mesmo sem os dados de novembro e dezembro, 2025 já supera o recorde anual, que era de 51 casos no ano passado.
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Os números, levantados pela GloboNews, não incluem tentativas de feminicídio — como o atropelamento de Tainara Souza, arrastada por mais de 1 quilômetro no sábado (29), e o ataque a tiros contra uma funcionária de pastelaria nesta segunda-feira (1º). Os dados são do Portal da Transparência da Secretaria de Segurança Pública do Estado.
No total do Estado de São Paulo, foram 207 feminicídios nos dez primeiros meses do ano, um aumento de 8% em relação ao mesmo período de 2024, quando houve 191 registros.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que mantém diversas iniciativas de proteção e atendimento a mulheres vítimas de violência. Entre elas, o programa Guardiã Maria da Penha, da Guarda Civil Metropolitana, e a Inspetoria de Defesa da Mulher e Ações Sociais (IDMAS), formada por 165 agentes especializados.
A administração também destacou o Aplicativo da Mulher, integrado ao Smart Sampa, que permite monitoramento e acionamento imediato de viaturas em situações de emergência. A rede municipal conta ainda com cerca de 70 serviços ativos, como as Casas da Mulher, os Centros de Defesa e Convivência da Mulher, a Casa da Mulher Brasileira (aberta 24 horas) e unidades sigilosas para mulheres em risco de morte.
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A Secretaria de Segurança Pública, do Estado, reforçou que o enfrentamento à violência contra a mulher é prioridade do governo. A pasta citou a Cabine Lilás, que já realizou cerca de 14 mil atendimentos no Estado, e a expansão do projeto para regiões como Campinas, São José dos Campos, Bauru, São José do Rio Preto, Sorocaba, Presidente Prudente e Piracicaba. Também ressaltou a existência de 142 Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs), duas delas inauguradas na gestão atual, além da ampliação de 174,1% no número de salas DDMs 24h, hoje 170 unidades em plantões policiais, que permitem atendimento remoto por delegadas mulheres.
Feminicídios na cidade de São Paulo
2025 (até outubro): 53
2024: 51
2023: 38
2022: 41
2021: 33
2020: 40
2019: 44
2018: 29
2017: 26
2016: 13
2015 (a partir de abril): 6
Fonte: SSP-SP
Tentativas de feminicídio
Na última semana, dois casos graves de tentativa de feminicídio voltaram a expor a escalada da violência contra mulheres na capital. O primeiro envolve Tainara Souza, de 31 anos, atropelada na madrugada de sábado (29) na Zona Norte e arrastada por cerca de 1 quilômetro pela Marginal Tietê.
O suspeito, Douglas Alves da Silva, 26, apontado como ex-companheiro da vítima, teria provocado o atropelamento após uma crise de ciúmes ao vê-la em um bar. Ele foi preso. Tainara teve as pernas amputadas após cirurgias emergenciais e está em coma induzido no Hospital Municipal Vereador José Storopolli.
O segundo caso ocorreu na manhã desta segunda-feira (1º), também na Zona Norte, quando Evelyn de Souza Saraiva foi baleada pelo ex-marido enquanto trabalhava em uma pastelaria. Bruno Lopes Fernandes Barreto usou duas armas para atingir a vítima nas costas e nos membros inferiores. Ele fugiu e segue foragido; sua defesa não foi localizada.
