Ciclone extratropical leva ventos de até 91 km/h a cidades paulistas

 

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O ciclone extratropical que se formou no Atlântico Sul segue afetando o clima no estado de São Paulo que está registrando ventos em alta velocidade.

Segundo a Defesa Civil, as cidades mais afetadas pelo fenômeno são as do litoral. Santos registrou rajadas de até 83,3 km/h nesta manhã. A estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Bertioga registrou ventos de 91,1 km/h.

Na capital, o momento mais crítico foi a marca de 81,7 km/h nesta manhã. Ventos acima de 50 km/h foram registrados em pelo menos outras nove cidades do interior e da região metropolitana. Os ventos sopram predominantemente na direção Sudeste-Leste.

O vendaval já estava previsto desde segunda-feira, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de ressaca e tempestade para toda a costa da região Sul e de São Paulo.

Na capital, galhos de árvores caídos, e placas de lojas no chão foram uma cena comum. Na Avenida Paulista, o boneco inflável de Papai Noel montado no palco das comemorações de fim de ano tombou com o vento.

Quando um ciclone extratropical se forma, ele cria uma área de baixa pressão que altera a circulação dos ventos em grande escala. Nesse fenômeno, o ar ao redor da baixa pressão acelera para preencher o vazio gerado pela queda de pressão atmosférica no núcleo do ciclone.

Quanto maior o contraste de pressão entre o centro da baixa e as áreas vizinhas (chamado de gradiente de pressão), mais fortes tendem a ser as rajadas. No caso de São Paulo, o ciclone que provocou chuva ontem continuou se movimentando no oceano, mantendo a pressão relativamente baixa e reforçando esse gradiente.

Com o céu mais aberto nesta manhã, a superfície recebeu mais radiação solar, o que aquece o ar próximo ao solo e intensifica o fenômeno. O aquecimento faz camadas altas de ar descerem para perto da superfície, intensificando as rajadas, mesmo sem a presença de chuva.

A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros não registraram incidentes graves com vítimas por causa do vendaval, mas houve grande perturbação na infraestrutura.

Mais de 800 mil imóveis ficaram sem energia em São Paulo, principalmente em razão da queda de árvores danificando a rede elétrica. Os bombeiros tiveram 514 chamados por queda de árvore na capital até o início da tarde.

O vendaval em São Paulo deve continuar ao longo do dia, segundo o serviço meteorológico Wind Guru, especializado em previsão de vento. Durante a noite, as rajadas ainda poderão estar na faixa dos 83 km/h.