CEO fala sobre IA no Patreon e separa influenciador (joio) de criador (trigo)

 

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A geração de conteúdos com ferramentas de inteligência artificial (IA) é um tema que gera debates crescentes, principalmente no que diz respeito aos direitos autorais de artistas cujas obras são usadas para treinar os sistemas dessa tecnologia emergente. Criadores do Spotify podem vender conteúdo exclusivo via Patreon Criadora da atriz de IA rebate críticas: "experimentação, não é substituição" Saiba quem está por trás da Tocanna, boneca criada com IA que é um fenômeno POP Essa discussão chegou também a plataformas como o Patreon, que permite que diversos criadores — como músicos, escritores e youtubers — recebam apoio financeiro dos fãs por meio de assinaturas mensais. Jack Conte, CEO da empresa, afirma que não há proibição para que os artistas associados à plataforma utilizem IA de alguma forma na produção de seus conteúdos, mas ressalta que existem limites no uso da tecnologia por parte da companhia. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- “Não proibimos que criadores usem IA. Acho que finalmente estamos começando a ver alguns artistas usando IA de uma forma muito legal. Portanto, não proibimos a IA de forma alguma, mas não treinamos modelos em obras geradas por criadores; não fazemos esse tipo de coisa”, destacou Conte em entrevista a um podcast da Wired. O fundador do Patreon também disse acreditar que os criadores de conteúdo ainda não exploram todo o potencial criativo fornecido pelas ferramentas de IA disponíveis. Ele acredita que isso deve mudar substancialmente nos próximos cinco a dez anos. “O trabalho com maior ressonância emocional não será nada parecido com os filmes ou imagens que conhecemos ou imaginamos. Será algo surrealista, incrível e alucinante. E estou bem animado para ver como será um bom uso desse meio do ponto de vista artístico”, acrescentou Conte. Jack Conte afirma que os criadores de conteúdo ainda não exploram todo o potencial fornecido pelas ferramentas de IA (Unsplash/Aerps) Separando influenciadores de criadores Outro ponto abordado pelo fundador da Patreon foi a maneira como as pessoas geram e lidam com a produção de conteúdos para plataformas digitais na internet atualmente. Suas declarações sugeriram que deve haver uma separação entre influenciadores (o joio) e criadores de conteúdo (o trigo). Para o executivo, os influenciadores são usados por marcas apenas para atrair cliques com base na audiência, de maneira superficial. “Eu diria que, muitas vezes, o que você está fazendo como influenciador é uma função de ir e vir, de caça-cliques, de rápida injeção de dopamina. Você pode fazer isso no YouTube, pode fazer isso no Instagram. Mas não sei se é possível construir um negócio e uma comunidade duradouros em torno disso, tanto quanto se concentra em mídia de alta qualidade”, ressaltou Conte. Apesar de afirmar que existem influenciadores dentro da Patreon, o empresário destacou a importância de estabelecer e otimizar conexões humanas a longo prazo para atrair fãs. Para isso, ele afirmou que as produções não devem focar apenas em visualizações e curtidas, mas em conteúdos que reforcem os laços com o público até que essas pessoas passem a, de fato, acompanhar os passos do criador dentro e fora das redes sociais. “Se você não consegue manter contato com seus fãs, como pode ter uma comunidade? Como pode ter um negócio? Como pode vender ingressos para shows? Como pode sair em turnê? Então, isso se tornou um problema muito importante para nossos criadores e algo que queremos mudar na forma como a internet funciona”, concluiu Conte. Leia mais:  Xania Monet | Cantora gerada por IA assina contrato milionário com gravadora Carnaval e IA | Samba-enredo de escola do Rio recria voz de intérprete histórico Músicos acusam a IA de roubar plays em aplicativos de streaming; entenda como VÍDEO | 3 USOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO DIA A DIA   Leia a matéria no Canaltech.