Celular dobrável usado por irmã de Kim Jong-un levanta suspeitas sobre acesso a tecnologia estrangeira
A aparição de um celular dobrável nas mãos de Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, reacendeu suspeitas sobre o acesso da elite do regime a tecnologias estrangeiras, apesar das rígidas sanções internacionais impostas ao país. O aparelho foi visto durante um evento público que ocorreu neste sábado, chamando a atenção de analistas e especialistas em tecnologia e política internacional.
Teste seus conhecimentos: Você sabe tudo o que de mais importante aconteceu no mundo em 2025?
15 mortos: Veja o que se sabe sobre os autores do ataque terrorista contra comunidade judaica na Austrália
A imagem que mostra Kim Yo-jong ao lado do irmão em visita a unidade de saúde foi divulgada pela Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA) neste domingo. Segundo informações divulgadas por veículos internacionais, o modelo utilizado por ela não corresponde a nenhum smartphone conhecido de fabricação norte-coreana, o que reforça a hipótese de que se trate de um dispositivo produzido na China.
Líder norte-coreano Kim Jong Un (ao centro) inspecionando o recém-concluído Hospital da Cidade de Kusong, em Kusong, acompanhado da irmã (à esquerda), que segura aparelho celular dobrável
STR / KCNA VIA KNS / AFP
A Coreia do Norte afirma desenvolver seus próprios aparelhos, mas especialistas destacam que esses modelos costumam ser versões adaptadas de tecnologias estrangeiras, com softwares controlados pelo regime. Sites de notícias apontaram que, ainda que não seja possível confirmar por meio da foto, o aparelho segurado por Kim Yo-jong se assemelha a um modelo dobrável da linha Magic, da fabricante chinesa Honor.
O celular dobrável, categoria considerada de ponta no mercado global, é visto como um item pouco acessível mesmo em países com economias abertas, o que aumenta as dúvidas sobre como o dispositivo teria chegado às mãos de uma das figuras mais influentes do regime. Analistas apontam que o uso público do aparelho pode indicar canais informais de importação, tolerados para membros da elite política.
A presença do smartphone também evidencia a diferença entre o acesso da população norte-coreana a recursos tecnológicos, marcado por restrições ao uso da internet e de dispositivos modernos, e o acesso de integrantes da liderança do país. Para observadores internacionais, o episódio reacende debates sobre as disparidades internas e sobre o alcance das sanções na limitação da circulação de tecnologia na Coreia do Norte.
Até o momento, nenhuma autoridade norte-coreana comentou oficialmente sobre a origem do aparelho.
