Caso Ruy Fontes: Ministério Público de São Paulo denuncia oito por execução de ex-delegado geral
O Ministério Público de São Paulo denunciou oito investigados pelo homicídios do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes. Ele foi executado no último dia 15 de setembro, em Praia Grande, na Baixada Santista.
Oferecida nesta sexta-feira (21), a denúncia conclui a primeira fase das investigações realizadas pela força-tarefa criada pela Secretaria de Estado da Segurança logo após a execução.
A denúncia acatou a conclusão da Polícia Civil sobre a motivação do crime. Segundo o documento, a execução do ex-delegado-geral foi encomendada pela “sintonia geral” da facção, a cúpula do PCC, em resposta à sua atuação de 40 anos na instituição contra a facção.
O ex-delegado ingressou na Polícia Civil no início dos anos 1980 e trabalhou por 40 anos em unidades estratégicas, como Denarc, Dope e Deic. No início dos anos 2000, passou a divulgar organogramas da estrutura do PCC e liderou, em 2006, o indiciamento da cúpula da facção, incluindo Marcos Camacho, o Marcola.
A "sintonia geral" determinou a morte de Ruy Ferraz Fontes ao menos desde 2019. Um relatório policial citado na denúncia revela uma carta manuscrita apreendida naquele ano, na qual a liderança da facção "cobra a morte de alguns agentes públicos, dentre eles o doutor Ruy Ferraz Fontes".
Os suspeitos foram denunciados por homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, favorecimento pessoal e por integrar organização criminosa arm
O planejamento começou em março de 2025, com o roubo de veículos, aquisição de armamentos e definição de imóveis para apoio logístico. No dia do crime, os executores emboscaram a vítima na saída da Prefeitura de Praia Grande, efetuando dezenas de disparos com fuzis. Após a execução, os criminosos atearam fogo em um dos veículos utilizados e se dispersaram.
As investigações apontaram que os denunciados utilizaram veículos furtados, imóveis de apoio na Baixada Santista e aplicativos de transporte para viabilizar a ação.
Um dos envolvidos identificados morreu no curso das investigações ao resistir à prisão.
Denunciados
Felipe Avelino da Silva (Mascherano) - furtou o Jeep Renegade usado na ação, escondeu o carro e instalou placas falsas
Flávio Henrique Ferreira de Souza - ligado ao roubo do Jeep Renegade furtado junto com Felipe; está foragido.
Luiz Antonio Rodrigues de Miranda - participou do planejamento, usou imóveis de apoio e ajudou a esconder armas após o crime. Está foragido.
Dahesly Oliveira Pires - transportou e guardou fuzil, carregadores e munições no dia seguinte ao crime.
Willian Silva Marques - cedeu sua casa em Praia Grande como esconderijo e depósito de armas.
Paulo Henrique Caetano de Sales - participou da logística e esteve em imóveis usados como base. Preso.
Cristiano Alves da Silva - atuou na execução e na logística; possui antecedentes por roubo e receptação. Preso.
Marcos Augusto Rodrigues Cardoso (Fiel/Penélope) - apontado como recrutador e organizador do grupo. Integrante do PCC em posição de “disciplina” no Grajaú, com ascendência sobre os demais.
