Casemiro, Bruno Guimarães e mais nove: dupla se consolida como pilar da seleção de Ancelotti; veja números
Ao contrário do que ocorreu nos períodos de data Fifa anteriores, desta vez Carlo Ancelotti não irá promover mudanças drásticas no Brasil de uma partida para a outra. O italiano vai apostar na manutenção da maioria dos atletas e do esquema 4-2-4 contra a Tunísia, às 16h30 (de Brasília), em Lille, na França. Mais do que redobrar a aposta no setor ofensivo com quatro atacantes, a decisão ratifica a confiança na dupla de meio-campo formada por Casemiro e Bruno Guimarães. A cada partida, os dois se consolidam como base de sustentação da ideia de jogo que o italiano tem para equipe. Tanto na frente quanto na proteção à zaga.
Quando o 4-2-4 começou a ser implementado na seleção, a utilização de apenas dois meio-campistas gerou dúvidas quanto à capacidade da equipe de se defender bem. Pois os jogos até aqui mostram solidez. Muito graças ao rápido entendimento entre Casemiro e Bruno e à assimilação da dupla às propostas de Ancelotti. Com os dois em campo, o Brasil só sofreu um gol.
Eles somam até aqui 497 minutos juntos sob o comando do italiano. O único gol sofrido foi o primeiro do Japão, na derrota por 3 a 2, em outubro.
Vale ressaltar que, na ocasião, o Brasil estava bastante modificado. Ancelotti escalou o time num 4-3-3 (que vinha testando como um plano B) e deu espaço a muitos jogadores considerados reservas. Ao lado de Vini Jr, Casemiro e Bruno foram os únicos remanescentes da equipe que goleara a Coreia do Sul quatro dias antes.
Os dois estão entre os líderes em ações defensivas da era Ancelotti. Ninguém acertou tantos desarmes quanto eles — são 11 para cada. O dado é da plataforma de estatísticas Sofascore.
Com a bola nos pés, a importância é tão grande quanto. Os dois têm se destacado não só pelos passes qualificados como pela forma como têm se apresentado mais próximos da área, o que já resultou em finalizações perigosas e até gols.
Cada um já balançou a rede uma vez na seleção de Ancelotti. Casemiro registra uma assistência. Já Bruno possui duas. Mas a participação dos dois nos gols da seleção não para aí.
Mesmo sem assistência, a dupla ainda aparece na jogada de outros três gols. O lance do primeiro marcado sobre Senegal é simbólico neste sentido. Depois de receber de Vini Jr na intermediária, Casemiro resistiu à marcação e conduziu até a altura da meia-lua, quando tentou o passe. Após desvio na perna do rival, a bola sobrou para Bruno, que deixou para Estêvão concluir com belo chute. A movimentação do camisa 8 na entrada da área foi fundamental para atrair o zagueiro senegalês e deixar o lado direito livre para o jovem do Chelsea finalizar.
Somando gols, assistências e participações como estas, são oito bolas na rede que passaram pela dupla. É mais que a metade dos 13 marcados pela seleção na era Ancelotti.
A ascensão rápida de Casemiro após dois anos afastado da seleção, não chega a ser surpreendente. Ele já havia trabalhado com Ancelotti no Real Madrid, onde foi campeão espanhol e da Champions League. A confiança do treinador no meio-campista é tão grande que, antes mesmo de assumir a Amarelinha, já conversava com ele para saber sobre o grupo de jogadores e a torcida brasileira.
Já Bruno, embora nunca tenha trabalhado com Ancelotti, não demorou para conquistá-lo. É o único atleta a ter entrado em campo em todas as partidas da seleção sob seu comando. Em setembro, durante treinamento na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), o italiano se empolgou tanto ao falar dele que já o escalou como titular na próxima Copa do Mundo.
Hoje, a dupla deve mais uma vez ser o pilar do time contra a Tunísia. A única mudança confirmada por Ancelotti é a entrada de Wesley na lateral direita. Com Gabriel Magalhães cortado por lesão, Éder Militão será a dupla de Marquinhos na zaga.
