Britânico pode ser executado por transportar 300 mil euros em cocaína para a Indonésia
Um britânico de 48 anos pode ser executado por fuzilamento na Indonésia, acusado de levar mais de um quilo de cocaína, avaliado em aproximadamente 300 mil euros (cerca de R$ 1,9 milhão), para Bali. Piran Ezra Wilkinson, de Chichester, na Inglaterra, foi apresentado a juízes em Denpasar, Indonésia, nesta semana, enfrentando três acusações sérias de narcotráfico, sendo que duas delas podem resultar na pena de morte, de acordo com a lei local.
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O homem, que trabalha no setor de gestão imobiliária, é apontado por promotores como participante de um esquema que levou 1,3 kg de cocaína à ilha turística em 3 de setembro. Segundo a promotoria, ele fazia parte de uma rede que traficava a droga considerada de classe A na legislação do Reino Unido para o país asiático, de acordo com o “The Sun”.
Em audiência, o promotor Made Dipa Umbara informou que Wilkinson foi detido na madrugada de 4 de setembro, após uma operação policial em uma vila de luxo em Canggu, um local famoso pela vida noturna agitada de Bali. E ele compareceu diante de um painel de três juízes nesta terça-feira.
Outro britânico também pode ser condenado à morte
A operação que resultou na prisão de Wilkinson aconteceu um dia após a detenção de Kial Robinson, 29 anos, também da Inglaterra, no aeroporto internacional de Bali. Após desembarcar de um voo vindo de Barcelona com escala em Istambul, funcionários da alfândega alegam ter descoberto a cocaína oculta na mochila de Robinson.
Robinson teria afirmado aos investigadores que o plano foi criado durante um encontro em Barcelona com Wilkinson e um terceiro indivíduo, identificado como Santos. Ele também declarou que Santos custeou a viagem com criptomoedas, fornecendo aproximadamente 2.280 euros (aproximadamente R$ 14,6 mil) para despesas de viagem e prometendo mais 3.600 euros (aproximadamente R$ 23 mil) após a entrega da droga.
Robinson está sendo julgado separadamente e, assim como Wilkinson, também pode ser condenado à morte.
Ambos os réus foram denunciados sob a rígida legislação de narcóticos da Indonésia, incluindo o artigo 113 — que rotineiramente leva à pena de morte para grandes traficantes. Ao chegar no tribunal, Robinson chamou a atenção por aparentemente estar sorrindo. Ele compareceu pela primeira vez ao Tribunal Distrital de Denpasar em 2 de dezembro.
E ainda era nítido que o homem fazia gestos casuais, como sinal de paz, e dizia frases como “Give them a smile, give them a thumbs up” (“Dê um sorriso, dê um joinha”, no português).
Os promotores de Bali acusaram Robinson de múltiplas violações das leis antidrogas indonésias, incluindo tráfico de drogas, importação de drogas e posse de drogas.
— Esta foi a primeira vez que o réu transportou ou introduziu narcóticos na Indonésia. Ele também nunca havia transportado ou introduzido narcóticos em nenhum outro país antes — afirmou o promotor Made Dipa Umbara.
Casos de pessoas que escaparam da pena máxima
Os dois novos réus se somam ao grupo de estrangeiros detidos por tráfico no país. Em julho, três britânicos, que foram avisados de que poderiam ser condenados à pena de morte por transportar cocaína para Bali de forma disfarçada, dentro de pacotes, receberam apenas a sanção de um ano de prisão, acusados de tráfico na ilha de Bali.
Jonathan Christopher Collyer, 38 anos, e Lisa Ellen Stocker, 39 anos, foram detidos no dia 1 de fevereiro, quando foram abordados no aeroporto com 17 pacotes de cocaína, totalizando quase 1 kg, de acordo com documentos judiciais. Eles compareceram ao tribunal acompanhados de Phineas Ambrose Float, 31 anos, que seria o receptor dos pacotes e foi detido dias depois.
No dia 24 de julho, o trio compareceu ao Tribunal Distrital de Denpasar, trajando uniformes brancos e vermelhos. A juíza Heriyanti, responsável por julgar o caso, afirmou que eles infringiram um dos artigos da lei de narcóticos, porém diminuiu a pena devido à confissão dos delitos e ao comportamento “educado” dos réus.
Os três concordaram com o veredito e não apelaram. O período já cumprido desde fevereiro será subtraído, e a libertação deles deve ocorrer no começo do próximo ano. A redução da pena foi vista de forma surpreendente, pois traficantes, principalmente aqueles flagrados com grandes quantidades, já foram fuzilados no país, inclusive estrangeiros.
