Botafogo encontra equilíbrio defensivo e tem setor de criação em alta com Davide, mas ainda carece de poder de fogo
Pode não ser com a rapidez desejada pelos torcedores, mas é fato que o Botafogo de Davide Ancelotti tem encontrado um bom caminho. Invicto há cinco partidas, o time não levou gols nas últimas três. A defesa, que já foi um problema, voltou a passar segurança. O técnico italiano também tem feito a equipe encontrar o equilíbrio no meio-campo. Assim, a dor de cabeça a ser solucionada nesta data Fifa será com os atacantes.
— Acho que o time achou um bom equilíbrio defensivo, que vai ser importante para conseguirmos nossos objetivos e também mais confiança com bola como mostramos na primeira etapa (do jogo contra o Vitória). É seguir focados no que estamos trabalhando — disse Davide no domingo.
Escalados juntos e com um esquema que permite mobilidade entre os setores, os gringos Joaquín Correa, Santi Rodríguez e Savarino têm demonstrado rendimento satisfatório. Ainda que o argentino Correa e o uruguaio Rodríguez estejam se sobressaindo em relação ao ídolo venezuelano, que não faz boa temporada, é fato que deu certo a estratégia adotada por Davide de escalá-los junto de Danilo e Marlon Freitas.
Tanto é que, nos dois últimos jogos, contra Vasco e Vitória, o Botafogo finalizou 34 vezes e criou sete grandes chances. Por ironia do destino, porém, as duas criadas contra o time baiano, que nasceram dos pés de Santi, caíram nos pés do zagueiro Alexander Barboza. Na primeira, embaixo da trave, ele não conseguiu acertar o gol; na outra, carimbou a trave.
Centroavantes em baixa
Por outro lado, a ideia do treinador, que parece ter desistido da ideia de escalar o Botafogo com pontas, também torna explícita a dificuldade em encontrar atacantes confiáveis no elenco. Esse é o panorama não só nas pontas, como no comando do ataque, com os centroavantes.
Considerado o centroavante titular, Arthur Cabral vive incômodo jejum de dois meses e meio sem balanças as redes. A última vez foi no dia 27 de agosto, na ida das quartas de final da Copa do Brasil contra o Vasco. Além disso, por ter convivido com lesões desde que chegou ao Botafogo em junho, o camisa 98 aparenta ainda não ter encontrado sua melhor forma física. Mais do que a seca de gols, Cabral também tem tido dificuldades para entrar no ritmo ofensivo do Botafogo. Seja em jogadas que buscam espaços nas costas das defesas adversárias ou quando a ideia é utilizar o pivô, o centroavante tem deixado a desejar.
Quatro dias de folga
Não à toa, Chris Ramos tem sido utilizado com frequência por Davide. No entanto, apesar dos 4 gols em 14 partidas, o centroavante também não tem as características ideais para fazer fluir o estilo ofensivo do Botafogo, seja com a verticalidade ou com um jogo mais apoiado.
— Acredito nesse time (o titular das últimas duas partidas). Acho que precisavam e mereciam continuidade. Mas confio todo o meu elenco. Os jogadores que entram sempre têm boa atitude. Acho que a equipe precisa de constância — falou o treinador, que repetiu escalações pela primeira vez desde que chegou ao clube, em julho.
Como só volta a jogar na próxima terça-feira (18), o Botafogo deu folga para os jogadores até quinta-feira.
